Boca-de-urna foi o principal problema encontrado pelas Forças Armadas no Rio

05/10/2008 - 21h04

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A prática da boca-de-urna foi o maior problema encontrado pelos homens das Forças Armadasdurante a Operação Guanabara, no Rio de Janeiro. Cerca de 4,8 mil homens Forças Armadas ocuparam hoje (5) 27 comunidades, por solicitação da Justiça Eleitoral para coibir crimes eleitorais detoda a natureza, como a coação de eleitores por traficantes oumilicianos. Uma pessoa foi ferida na Cidade de Deus, na zona oeste dacidade. Segundo o porta-voz da Operação Guanabara, coronel AndréNovaes, após a prisão de duas pessoas que insistiam em fazerboca-de-urna, apesar da repreensão dos militares, outras pessoas queestavam no local cercaram os homens das Forças Armadas. Uma delasrecebeu voz de prisão por desacato e reagiu agredindo aos homens doExército, que, por sua vez, responderam com um disparo de bala deborracha, que atingiu o abdômen do agressor. Ele foi levado para oHospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, e seu estado de saúde éestável. Segundo Novaes, esse foi um caso isolado, sendo a boca-de-urna o principal problema dessas eleições no Rio. "Euvoto numa seção que não tem nada a ver com essas 27 comunidades e lá,sim, eu vi boca-de-urna, muito mais que no Alemão, por exemplo, onde eupermaneci durante toda a manhã. A boca-de-urna ocorreu em algunslocais, o Exército coibia, e, em alguns casos, como na Rocinha, foi umverdadeiro gato e rato. O Exército ia, as pessoas paravam, saíam,disfarçavam e depois voltavam", disse o porta-voz.Oporta-voz da Operação Guanabara explicou que os juízes das diferenteszonas eleitorais davam orientações distintas a respeito da atuação dosmilitares. Alguns pediram que as pessoas que tivessem cometendo crimeseleitorais fossem apenas informadas da ilegalidade de suas ações,enquanto outros determinavam a prisão. Novaes acredita que a OperaçãoGuanabara cumpriu o que foi solicitado pela Justiça Eleitoral e que obalanço militar foi positivo.