Passa de cem o número de detidos em Caxias (RJ) por crimes eleitorais

05/10/2008 - 13h41

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Mais de cem pessoas foram detidas no município de Caxias, na Baixada Fluminense, e encaminhadas à 59ª Delegacia Policial, acusadas de fazer boca de urna para o candidato Washington Reis. A informação é do juiz eleitoral daquela cidade, Paulo Cesar Vieira de Carvalho Filho.Em dois veículos apreendidos no município, foram detidas cinco pessoas suspeitas de  compra de votos. Com elas, foram encontradas listas com nomes de eleitores e valores. Os detidos estão sendo encaminhados à Polícia Federal. Ainda em Caxias, um homem foi detido em uma comunidade porque estaria cadastrando eleitores para o candidato Chiquinho Brandão, com objetivo de comprar votos.Outras seis pessoas foram detidas esta manhã no estado fazendo boca de urna, sendo uma na favela da Rocinha, na capital; outra em São João de Meriti e uma em São Gonçalo . Também em Meriti, teriam sido detidos três fiscais por terem ligado uma urna eletrônica sem autorização. O presidente do TRE/RJ, desembargador Alberto Motta Moraes, avaliou, entretanto, que "cem pessoas presas por boca de urna, para mim não é nada. Porque o volume de pessoas que existe fazendo boca de urna vai a milhares. Então,  isso é o mínimo previsível". Disse que a atuação da fiscalização não é mais forte em alguns locais devido à carência de pessoal. Como o tribunal esperava que algo semelhante ocorresse em Caxias, a fiscalização foi reforçada, explicou.O presidente do TRE sobrevoou hoje (5) pela manhã a cidade para acompanhar a votação. Ele constatou que  a área de maior contingente de eleitores é a zona oeste da cidade do Rio."São locais que a gente não tem muita disponibilidade para a instalação de seções. Então, fica tudo muito concentrado em alguns lugares. Em alguns deles, nós vamos ver o que é possível fazer para melhorar [a situação]. Motta Moraes disse que a presença das tropas federais atuando em conjunto com as polícias federal, civil e militar, na Operação Guanabara, é fundamental."Não vimos tumulto. A presença deles só veio somar". Moraes admitiu que "ocorrências existem. Mas, nada de significativo". O balanço, a seu ver, é bastante positivo até agora.