Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - O governo federal está organizando o trabalho de pesquisa eterapia celular realizado em todo o país, com a formação da Rede Nacional deTerapia Celular (RNTC). Segundo o secretário de Ciência, Tecnologia eInsumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães, muitos grupos trabalham isoladamente nessa área e essa comunicação se traduzirá em rapidez e eficiênciana troca de informações do que vem sendorealizado no Brasil em relação àspesquisas com células-tronco.“A partir do dia 28 deste mês começam a ser divulgados osprojetos de pesquisa vencedores entre 148 que atenderam a uma chamada pública naárea de terapia celular. Os trabalhos são relativos a todos os tipos decélulas humanas e de animais”, informou. Uma comissão julgadora deveráselecionar em torno de 20 projetos que serão financiados e passarão a compor arede.Reinaldo Guimarães participa em Curitiba do 3º SimpósioInternacional de Terapia Celular, que termina neste sábado (4).De acordo com ele, todo o trabalho de criação da rede está sendo realizado pormeio de um acordo de cooperação técnica entre os Ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia . “Os doisministérios vão investir nessa primeira fase de implantação um total de R$ 21 milhões. E pode haver umacontrapartida que está sendo negociada com o Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDES) de aproximadamentemais R$ 10 milhões”, informou. Existe ainda, segundo o secretário, outra chamada para pré-qualificação deseis centros que vão albergar as “salas limpas” - locais quepossuam boas práticas de manipulação. Serão centros tecnológicos que derivarãoas mais variadas linhagens de células-tronco no país. “Qualquer produto de alta tecnologia exige para sua produção determinadas normas de pureza, qualidade e segurança. Para fazer um experimentolocalizado tem que haver condições ideais. Como os cientistas vão derivar linhagens e as célulasque sairão dessas culturas serão repassadas a outros laboratórios, os locaisdeverão atender padrões de qualidade”, explicou.Segundo Guimarães, esses centrosserão selecionados até o fim deste ano. “A rede, portanto, se constituirá detodos os vencedores dos projetos e mais os grupos que abrigarem as “salas limpas”, afirmou, ressaltando a importância deinvestimentos do governo na terapia celular. “Por enquanto são apenaspesquisas, não existem tratamentos clínicos de rotina ainda com células-tronco, mas já sabemos que no futuro essa opção deterapia vai agilizar o tratamento médico, principalmente em relação às doençasdegenerativas e cardíacas e trazereconomia significativa para o SistemaÚnico de Saúde”, disse o secretário. Sócom procedimentos cardíacos, de transplantes a reinternações,o governo espera economizar aproximadamente R$ 500 milhões por ano.