Da Agência Brasil
Brasília - Os líderes das quatro maiores economias da Europa anunciaram hoje (4), em Paris, que trabalharão juntos para oferecer apoio ao sistema financeiro do continente, mas sem elaborar um pacote de socorro aos bancos sob ameaça de falência, tal como feito pelos Estados Unidos.Segundo a BBC Brasil, os líderes da França, Grã-Bretanha, Alemanha e Itália concordaram que cada governo deve agir de acordo com os próprios critérios, mas em coordenação com outros países da União Européia (UE). "Cada governo irá operar com seus próprios métodos e meios, mas de maneira coordenada", disse o presidente francês, Nicolas Sarkozy, que organizou a reunião.Os participantes do encontro concordaram em flexibilizar as regras que determinam quanto cada nação pode pedir emprestado. Eles anunciaram ainda uma série de medidas coordenadas, incluindo ações ainda não-específicas contra executivos de bancos falidos. Houve consenso quanto à necessidade de punição aos dirigentes de instituições socorridas com recursos públicos.O grupo também defendeu a realização imediata de um encontro do G8 para discutir a regulamentação do setor financeiro. Apesar de concordar com a cooperação no combate à escassez de crédito, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que os países devem ter cuidado com medidas que possam causar problemas para outros integrantes do bloco.O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, procurou passar uma mensagem de tranqüilidade e afirmou que o fluxo de dinheiro no sistema financeiro será garantido pelas autoridades monetárias. "A mensagem para famílias e empresários é que, como os nossos bancos centrais já estão fazendo, a liquidez será garantida para preservar a confiança e a estabilidade", afirmou.A reunião também teve a participação dos presidentes do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, e do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker. O Eurogrupo agrega os ministros das Finanças dos países da zona euro.Antes do encontro, o chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, encontrou-se com Sarkozy e fez um apelo por uma “ação coletiva adequada” entre os países da UE. Para Strauss-Kahn, os investidores deveriam receber um sinal de que os países europeus não agiriam de forma isolada.Nas últimas semanas, destacou a BBC Brasil, vários governos europeus ajudaram instituições ameaçadas pela crise. O governo da Grã-Bretanha nacionalizou o banco Bradford and Bingley e o vendeu ao grupo espanhol Santander. Além disso, os governos da Bélgica, Luxemburgo e Holanda injetaram milhões de dólares para salvar o banco Fortis.