Marco Antônio Soalheiro
Enviado Especial
Belo Horizonte - É fim de tarde na capital mineira. Na esquina dasruas Rio de Janeiro e Tupis, um dos pontos mais movimentados do centroda cidade, um aglomerado de pessoas munidas de canetas e máquinasfotográficas se coloca em torno do candidato a prefeito LeonardoQuintão (PMDB), o único, segundo as pesquisas, que ainda tem chances dedisputar um eventual segundo turno contra Márcio Lacerda (PSB). O jovem deputado federal, evangélico fervoroso,autografou e distribuiu, em alguns minutos, dezenas de CDs com os jinglese imagens de sua campanha, posou para as fotos e se despediu de cadacidadão com um “Deus te abençoe”. Sem interromper a atividade, ele disseà Agência Brasil não se importar em ser tachado de populista e demagogopelo líder das pesquisas. “Isso é desespero eleitoral. Se isso aqui forpopulismo, eu sou o maior populista do Brasil. Mas isso aqui épopularidade, é diferente, é estar com o eleitor. Ele [Márcio Lacerda]anda com segurança, para se proteger do povo”, afirmou Quintão. Um argumento sempre repetido pelo candidato é o deque ele próprio também é ligado ao governador Aécio Neves (PSDB). Quintãoavaliou que os efeitos positivos do apoio do governador a Lacerda jáchegaram ao limite. “Estou firme com o eleitor, com compromisso e sinceridade para ganhar a eleição”, ressaltou. Dono de um sotaque mineiro carregado, que chama aatenção nas propagandas e também na conversa pessoal, o candidatogarantiu ser uma característica natural e não uma estratégia dediscurso: “Fui criado indo para a fazenda do meu pai toda semana eparece que isso ficou. Fui para os Estados Unidos e a Suécia estudar, mas tenho a honra de ser mineiro”, disse. O pai de Quintão é prefeito deIpatinga, no Vale do Aço, e tem como marca registrada o uso constantede um chapéu típico de fazendeiro. Próximo dali, a candidata Jô Moraes (PCdoB), tambémparticipou de caminhada em busca dos votos dos indecisos, cujasescolhas devem definir a existência ou não de um segundo turno.