Daniel Lima e Kelly Oliveira
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Desde que a crise internacional se agravou, emmeados de setembro, a equipe econômica garante que não há um pacote sendo produzido para que o Brasil se prepare para os efeitos das turbulências do mercado global. Mas, no entanto, tem adotado algumas medidaspara proteger a economia local dos efeitos das turbulênciasglobais no mercado financeiro, como a redução dodepósito compulsório dos bancos e a liberaçãode recursos para o setor agrícola.
<!-- @page { margin: 2cm } P { margin-bottom: 0.21cm } -->Uma dessas medidas foi o adiamento do cronograma de recolhimento compulsório dasempresas de
leasing (aluguel de um bem que pode ser adquirido depoispelo locatório). O compulsório começou a valer no dia 9 de maio, com recolhimentoao BC de 5% dos recursos obtidos pelos bancos, com previsão de passar a 20% em 14 de novembro. O prazo foiprorrogado para 16 de janeiro de 2009. A adoção daalíquota de 25% foi adiada de 16 de janeiro de 2009 para 13 demarço de 2009. Com a proposta, ficam disponíveis nomercado outros R$ 8 bilhões. O BC tambémampliou de R$ 100 milhões para R$ 300 milhões dededução à exigibilidade adicional para asinstituições financeiras sobre depósitos aprazo, de poupança e recursos à vista permitindo maisR$ 5,2 bilhões na economia.Diante da falta deliquidez em dólares que cria dificuldade para os exportadores, oBanco Central também fez dois leilões de venda da moedanorte-americana totalizando US$ 500 milhões. As instituiçõesque compraram a moeda norte-americana receberam os recursos paracompromissos imediatos, mas têm o compromisso de revender osrecursos ao BC. O banco que não atuava dessa forma desde 2003,garante que fará outras operações sempre quenecessário. Para tentar reduzir oimpacto da crise na agricultura, o ministro da Fazenda, GuidoMantega, anunciou na quarta-feira (1º) a antecipaçãopor parte do Banco do Brasil da liberação de R$ 5bilhões em crédito para o setor, que teme problemas coma safra por falta de crédito no mercado para o plantio einsumos. A nova medida paraampliar os recursos disponíveis no mercado anunciada ontem (2)vai injetar mais R$ 23,5 bilhões pois reduzem odepósito compulsório desta vez sobre os títulospúblicos. Por essa regra, os bancos terão a opçãode abater de parte do dinheiro destinado ao BC o valor de compra deoperações de crédito de outras instituiçõesfinanceiras, desde que a vendedora tenha patrimônio de R$ 2,5bilhões. Ou seja, a medida atende a pequenos e médiosbancos que podem vender as carteiras de crédito e contar commais recursos, além de reduzir o valor que as grandesinstituições têm que recolher ao BC. O Banco Central tambémfez leilões de venda de dólares, nos dias 19 e 26 desetembro deste ano, no valor total de US$ 1 bilhão, comcompromisso de compra. Uma medida consideradade caracter preventivo foi o lançado de um edital de audiênciapública para analisar proposta do BC de criaçãode áreas de análise de risco para a concessão decrédito em todas as instituições financeiras.