Sabrina Craide
Enviada especial
Nova York (EUA) - A vitória dorepublicano John McCain nas eleições para a presidênciaamericana poderia resultar em uma política externa maisagressiva dos Estados Unidos para a América Latina. Aavaliação é da historiadora Barbara Weistein, daUniversidade de Yale. Para ela, no caso de vitória dosrepublicanos, a política externa de McCain será aindamais agressiva do que a do atual presidente George W. Bush. "Bushagora, por ter uma aprovação muito baixa, nãoassume mais aquela agressividade dos velhos tempos. Mas o McCain,entrando no poder, vai assumir uma posição maisagressiva em termos de política externa”, prevê.Segundo a historiadora, essa postura pode ser negativa para oBrasil, porque qualquer problema na região vai ter implicaçõespara o país. “Em termos de política externa, McCainvai ser um problema para o Brasil”, diz. Já o democrataBarack Obama poderá possibilitar novos tratados de comérciona região. “Não vou dizer que Obama vai fazermilagres, mas, mesmo sem fazer nada, existe uma boa vontade entre elee as lideranças latino-americanas, que pode criar um ambientemelhor de cooperação política, econômica eenergética”, avalia. Barbara acredita que Obama serámelhor recebido pelos líderes latino-americanos. “A grandediferença entre eles é que o Obama entende que outrospaíses têm outros interesses. Bush e McCain acham quetodos devem ter a mesma posição dos Estados Unidos”,critica. Em relação à crise financeiraamericana, ela acredita que, embora haja um pequeno grupo derepublicanos que ainda está contra qualquer tipo de resgate aosetor financeiro, a maioria dos políticos aceitam que épreciso fazer alguma coisa. “O debate não é sobre oresgate, mas sobre a sua natureza. Temos que garantir que isso nãoé simplesmente um presente para os mais ricos”, disse. Elaacredita que a crise vai ainda mais e poderá ter impactos noBrasil. “Não tem país no mundo que pode escapartotalmente de uma forte crise financeira nos Estados Unidos”,avalia.