Diretor diz que não há contradição na política do Banco Central

29/09/2008 - 15h09

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor de Política Econômica do Banco Central, Mário Mesquita, enfatizou que não há contradição entre os aumentos da taxa básica de juros, a Selic, para conter o consumo e por conseqüência a inflação, e as medidas adotadas na última semana pela autoridade monetária para permitir que bancos tenham mais recursos disponíveis para emprestar. Na última semana, depois do agravamento da crise financeira internacional, o BC adiou o recolhimento compulsório sobre os depósitos de empresas de leasing e ampliou de R$ 100 milhões para R$ 300 milhões de dedução à exigibilidade adicional para as instituições financeiras sobre depósitos a prazo, de poupança e recursos à vista.Com essa medida, analistas avaliaram que o BC poderia deixar de elevar os juros básicos, instrumento usado para restringir o consumo por meio do encarecimento do crédito. Na opinião de especialistas, a crise americana já geraria contração e encarecimento do crédito. Segundo o diretor, “uma coisa é gestão de liquidez, visando manter o funcionamento do mercado interbancário”, outra coisa é usar a taxa básica de juros como política monetária que atua sobre a atividade econômica. Ele citou o Banco Central europeu, que injetou recursos no mercado, mas decidiu elevar a taxa de juros.