Analista de mercado acredita que Estados Unidos apresentarão novo pacote

29/09/2008 - 19h25

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais, seccional São Paulo, e membro do Conselho Diretor da Apimec Nacional, Lucy de Sousa, disse hoje (29) que ainda é prematuro dimensionar os reflexos, no Brasil, da rejeição, pela Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, do pacote de ajuda aos bancos e instituições financeiras americanas.Para ela, a rejeição ao pacote, que levou a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) a cair 13%, “é mais um  elemento de volatilidade que contribui para uma tendência de baixa do mercado”.

Na sua avaliação, o governo George W. Bush tentará renegociar a aprovação, com ajustes. “Porque ela é imprescindível. Algum tipo de socorro dessa magnitude seria absolutamente necessário para o funcionamento dos mercados financeiros”, disse. Mesmo com a possibilidade de reverter o quadro, ela destacou que o resultado imediato da rejeição é “devastador”.

Lucy acredita, entretanto, que esse quadro negativo não deve perdurar e um novo pacote será apresentado. “Deve haver uma negociação”. Na sua avaliação, a tendência é de aprovação com o pacote reformulado e, com isso, a repercussão negativa tende a se diluir. “Porque sem o pacote de ajuda, de liquidez, ao mercado financeiro americano, desdobrando-se também no europeu, o mercado financeiro não vai funcionar.”

A analista atribuiu a rejeição do Congresso americano a uma manobra para conseguir mais transparência por parte do governo, de forma que a ajuda financeira ao sistema financeiro seja menos lesiva ao erário público e "menos dolorosa para os contribuintes".