Professores de 11 estados fazem paralisação pela lei do piso nacional do magistério

16/09/2008 - 16h57

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Dois meses após a sanção da lei que estabelece o piso nacional para professores da rede pública, docentes de pelo menos 11 estados resolveram paralisar hoje (16) suas atividades emmobilização pela implantação da proposta. A lei que estabelece o piso de R$ 950 para a categoria vemsendo questionada por alguns estados que alegam não terdinheiro para arcar com os custos. Segundo o Conselho Nacional deSecretários de Educação (Consed), a lei tem pontosinconstitucionais.“Essamobilização acontece, principalmente, por conta dacampanha de alguns governadores contra a implementaçãodo piso, com alegações incabíveis, dizendo queos estados irão à falência [com o pagamento dossalários], o que não é verdade”, defendeRoberto Leão, presidente da ConfederaçãoNacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Segundoele, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais são osprincipais estados “contra” a lei do piso.Omovimento organizado pela CNTE prevê atos públicos,passeatas e manifestações em todo o país. Otexto da lei estabelece que o novo piso seja implantado gradualmentea partir de janeiro de 2009. O principal questionamento dos estados écom relação a um artigo que aumenta de 20% para33% a carga horária de atividades extraclasse dos professores,o que exigirá a contratação de novosprofissionais para atuar em sala.SegundoLeão, essa é uma posição política para “manter uma educaçãobarata para a população pobre”. “Os estados tiveram11 meses para se manifestar, o piso foi amplamente debatido no Brasilinteiro. Agora eles [governadores] baixaram um pouco o discurso porcausa do período eleitoral, mas nós estamospressionando também os prefeitos para que assumam ocompromisso de estar ao nosso lado no cumprimento da lei”, defende.Leãoafirma que há um “receio real” entre os professores de quea lei não saia do papel. “Há uma expectativa porque areação contra veio de três grande estados. Oreceio é de que uma coisa que foi conquistada com tantosacrifício exija ainda mais sacrifício para serconcretizada. Mas estamos dispostos a lutar por isso”, frisa. No fim do dia a CNTE deve divulgar um balanço das ações realizadas nos estados.