Mais de 140 mil alunos carentes do DF e do Rio vão assistir aos jogos do Mundial de Futsal

16/09/2008 - 20h07

Morillo Carvalho
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Mais de 140 mil alunos da rede pública, entre dez e 17 anos e emsituação de pobreza, , vão poder assistir gratuitamente aos jogos daCopa do Mundo da Fifa de Futsal 2008, que serão realizados de 30 desetembro a 19 de outubro nos ginásios Nilson Nelson, em Brasília, e noMaracanãzinho.Os estudantes carentes terão acesso aos jogos graças a uma parceriafirmada entre o comitê organizador da Copa do Mundo da Fifa de Futsal2008 e os governos do Distrito Federal e do Rio de Janeiro, onde oevento será realizado.O projeto Lotação Esgotada, anunciado hoje (16), no Buritinga (complexoadministrativo do governo do DF), tem o objetivo de transformar emsalas de aula os ginásios onde ocorrerão as competições entre as 20seleções mundiais de futebol de salão. Além de reforçarem o público nasarquibancadas, os alunos terão aulas sobre as culturas dos diversospaíses que estarão no Brasil.Para o presidente da Confederação Brasileira de Futebol de Salão(CBFS), a realização da Copa no Brasil representa o “reconhecimento dopaís e de sua capacidade de organizar grandes eventos”, já que este é osegundo maior torneio realizado pela Fifa.No total, serão 80 mil crianças do DF e 60 mil do Rio que participarãodo projeto. O diretor-executivo do comitê organizador da Copa,Hideraldo Martins, disse que “cada criança vai ganhar dois lanches, compizza, refrigerante, água e barra de cereais”. Além disso, ganharãocamiseta, gibis e cartilhas sobre futebol de salão.“Algumas pessoas mal-intencionadas falaram que o futebol [a Copa],em Brasília, ia acabar em pizza. Parece que profetizaram”, brincou osecretário de Esporte do Distrito Federal, Aguinaldo Silva de Oliveira,ao saber que a pizza fará parte do lanche dos estudantes. As críticas,segundo ele, eram que as obras no ginásio Nilson Nelson não estariamprontas até o início da competição.Os governos e os patrocinadores investiram R$ 5,2 milhões no projeto.Ao deixar o local onde o projeto foi apresentado, o  governador do DF,José Roberto Arruda, previu que “o Brasil vai ser campeão porqueBrasília é pé quente”.O secretário de Educação do DF, José Luiz Valente, destacou asdimensões sociais do projeto. “Hoje é difícil para a escola concorrercom as lan houses e os atrativos das ruas. Às vezes, Brasília évista como uma ilha da fantasia lá fora, mas temos inúmeros problemas.Muitos alunos, por exemplo, nunca foram ao Plano Piloto [região do DF onde se situa a sede do poder público]e o evento vai contribuir para que isso ocorra. E o componente que osprofessores vão utilizar é o estudo sobre as culturas dos outrospaíses”, disse.O governo do Distrito Federal escolheu para participar do projeto os alunos das escolas que foram melhor avaliadas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb),Isso serve para “criar uma cultura de meritocracia”, explicou Valente."Temos implantado aqui no DF uma cultura que valoriza muito o esforçopróprio, pessoal e institucional, porque as desigualdades são muitograndes e as escolas que tinham avaliação 1,5 e agora têm mais de 3tiveram crescimento de mais de 100% e isso merece ser premiado."