Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch, afirmou que o governo brasileiro deve usar de "coragem" para tirar o melhor proveito da atual crise norte-americana. "Precisamos usar de coragem, ousadia e criatividade para não nos deixarmos abalar", comentou hoje (16), depois de participar do 5º Fórum de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo. Segundo o executivo, o Brasil precisa "tirar proveito de sua situação privilegiada". "Cabe, agora, ao governo manter o crédito e dar liquidez", afirmou Steinbruch. Para o presidente da CSN, a escassez de crédito já é uma realidade brasileira. "Espero que o País tome a iniciativa de continuar estimulando o mercado", disse. Steinbruch chegou a comparar o mercado interno a uma flor. "O mercado interno é uma flor que o governo precisa irrigar", disse.Uma das formas de aquecer o mercado, de acordo ele, seria baixar a taxa de juros. "Temos que respeitar a inflação, não temê-la. O consumo não pode parar. O mundo todo está combatendo a recessão e, nós, a inflação. Este é mesmo um momento privilegiado", ressaltou.Para o executivo, cabe ao governo conceder crédito e liquidez para queo mercado continue aquecido. "Não podemos ser covardes. O governo temque dar cobertura para a inciativa privada", ressaltou.Em sua exposição no fórum, Steinbruch disse que "estamos nos posicionando como o país do passado que não somos mais. Hoje os países ricos estão interpretando o papel que era nosso. E nós, que estamos acostumados a esta situação, estamos nos furtando de interpretar o nosso novo papel de privilegiados", afirmou.Steinbruch criticou o governo, dizendo que sua atuação é muito conservadora diante da conjuntura atual. "É inaceitável que o Banco Central tenha esta política. O governo tem que considerar a nossa posição confortável. Temos que ter uma postura corajosa para não sermos influenciados por esta crise", disse ele, referindo-se aos últimos aumentos da taxa básica de juros, a Selic.