Da Agência Brasil
Brasília - Ogovernador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, afirmou hoje (16) que a atual política desegurança do estado vai continuar, apesar das críticas apontadas pelo relatório dasOrganizações das Nações Unidas (ONU) divulgado ontem (15) em Genebra.Segundo o relator especial da ONU sobre execuçõesextrajudiciais, Philip Alston, não há estratégia desegurança no Rio. O documento afirma que a polícia éresponsável por 18% do total de mortesregistradas no estado. Cabral criticou o relatório e afirmou que lamenta nãopoder combater a violência por meio de negociação. Para ele, a maior a violência nas comunidades é a falta de escolas e hospitaispúblicos e saneamento básico."Eugostaria muito que os bandidos entregassem as armas sem que nósprecisássemos fazer o confronto, mas, infelizmente, quando nós agimos, areação é sempre uma granada na mão, uma P-40, um P-50, umas armassofisticadíssimas, cada vez mais poderosas.""Eu não sei o que o autor dorelatório deseja. Tudo o que eu quero é cidadania nesses lugares, muitomais que o relator da ONU. Ele deveria estar preocupado com a grande maioria do povo doAlemão, que quer educação. Isso que é falta de respeito aos direitoshumanos. É o sujeito acordar com rato na porta da casa dele, não terescola pública pro filho", disse Cabral.O governador do Rio de Janeiro lembrou a pesquisa divulgada ontem (15) peloInstituto de Segurança Pública (ISP) do estado, que mostrou o número dehomicídios dolosos no estado como o menor desde 1991. Segundo ele, o momento não é o de comemorar esse dado, mas de continuar trabalhandointensamente. Para o governador, os problemas relacionados à segurança pública nãopodem ser resolvidos a curto ou a médio prazo. Cabral criticou os governos anteriores que, segundo ele, nosúltimos 20 anos, não tiveram compromisso com a ordem urbana nem com ocombate à criminalidade. SérgioCabral participou da assinatura do projeto Centenário do TheatroMunicipal, que será financiado pela Embratel. O projeto prevê oinvestimento de R$ 4 milhões, por meio da Lei Rouanet, para areforma do edifício, que deve ficar pronto em julho do ano que vem.