Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH), avaliou hoje (12) que a presença de homens das Forças Armadas em favelas no Rio de Janeiro não é desejável, mas é necessária. Ontem (11), os militares começaram a ocupar comunidades cariocas, mapeadas pela Justiça Eleitoral, para reforçar a segurança durante parte do período eleitoral.“A presença das tropas não é o desejável, [não é] o que deve acontecer numa democracia. Mas isso ocorre porque o crime organizado determinou que uma parcela da população do Rio ou de outro lugar onde estiver ocorrendo isso não terá o direito político de escolher livremente seu candidato. Nesse sentido, era necessário ter a legítima intervenção do Estado", afirmou o ministro. "É preciso respeitar as autoridades que, se tomaram essa decisão, tomaram porque reconheceram que no momento atual ou se faz isso ou um segmento da população muito importante terá seqüestrado o seu direito de votar livremente”, defendeu.De acordo com Vannuchi, essa segurança poderia estar sendo realizada pela polícia estadual. Ele acredita, no entanto, que se houve uma solicitação do governo estadual e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), é porque há o reconhecimento de que a polícia não teria, nessas regiões, o mesmo respeito que a população tem pelas tropas do Exército e da Marinha. Paulo Vannuchi participou, no Rio, da abertura da 2ª Conferência Estadual dos Direitos Humanos. O evento, que será encerrado amanhã (13), é preparatório para a 11ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos, que será realizado em dezembro, em Brasília.