Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O foco da campanha do candidato do PDT à prefeitura do Rio, Paulo Ramos, será a recuperação dos serviços públicos, a partir da educação integral e saúde. Ramos já foi deputado federal duas vezes e está em seu terceiro mandato como deputado estadual no Rio. Oficial da reserva da Polícia Militar, ele afirmou ser o único candidato que, apesar de conhecer bem a zona sul, não tem sua origem nessa região da cidade. Ainda segundo o deputado, ele convive com as reivindicações de todas as áreas do município e disse que conhece os problemas da cidade, pois viveu os seus problemas."O prefeito tem que ser alguém que conheça a cidade, os seus problemas, e tenha sensibilidade para resolvê-los. Comparando-me aos demais candidatos, vejo que eles são todos da zona sul. Eu conheço a zona sul, mas também conheço o outro lado. A cidade está partida e nós temos que unir essa cidade. Não podemos ter a criminalização da pobreza, a insegurança pública, os profissionais da segurança matando e morrendo", disse o candidato.Paulo Ramos citou como prioridades de sua gestão a iluminação pública, o fim dos esgotos a céu aberto e a limpeza urbana. Segundo ele, a população depende desses serviços, e não de obras como a Cidade da Música, um pólo de apresentação e educação musical construído pela atual gestão. Segundo o candidato, a cidade vive abandonada no que se refere às questões fundamentais.Na área da saúde, Paulo Ramos criticou a falta de programas preventivos. Ele defendeu, em entrevista à Agência Brasil, a descentralização da saúde, plano de cargos e salários para os profissionais e o fortalecimento do programa Saúde da Família. Ele afirmou que políticas públicas devem ser feitas sempre em torno da residência e da escola."Eu estive no Hospital Pedro II e no Hospital Rocha Faria [unidades estaduais da zona oeste]. É uma espécie de campo de concentração, de desespero, para a população e para os profissionais da saúde. A pessoa tem que sair de casa e ter a facilidade de chegar a um posto médico. Não tem que pegar conduções e mais conduções para ser atendida", afirmou.Para melhorar as condições do transporte na cidade, o candidato do PDT afirmou que é necessário romper a aliança com os empresários do transporte coletivo. Ele quer reativar as ferrovias, como a da Estação da Leopoldina, que antigamente recebia milhares de trabalhadores por dia. E, por último, investir no transporte aquaviário que, na sua opinião, é favorecido pela geografia da cidade. Ele afirmou que é contra os microônibus, que não têm cobradores, e contra a perseguição aos transportes alternativos. Paulo Ramos disse que o prefeito do Rio de Janeiro não pode ser apenas o síndico da cidade. Ele tem que assumir suas responsabilidades e exigir o cumprimento dessas responsabilidades dos governos estadual e federal, uma vez que o município do Rio é um grande contribuinte. E a população, segundo o candidato, tem que saber o que cabe ao prefeito, ao governador e ao presidente da República. Para Paulo Ramos, a relação com o governo estadual e federal deve ser de respeito e não de "tapinhas nas costas". O que deve estar em jogo é o interesse público, segundo o candidato do PDT. Ele lembrou que foi deputado estadual junto com o governador Sérgio Cabral e deputado constituinte junto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.