Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os empréstimosdo Banco do Brasil para os agricultores familiares devem crescer 30%,neste ano, em comparação à safra 2007/2008 (R$ 6bilhões). Segundo o vice-presidente de Agronegócio doBB, Luís Carlos Guedes, o montante financiado passaráde R$ 6 bilhões para R$ 7,8 bilhões na safra(2008/2009).“Nós estamosalcançando este ano mais de 1,2 milhão de famíliasde agricultores familiares”, disse. O financiamento da agriculturafamiliar é feito apenas por bancos oficiais e o Banco doBrasil é responsável por cerca de 70% dos empréstimos.O restante é diluído entre o Banco do Nordeste (BNB), oBanco da Amazônia (Basa) e cooperativas de crédito.O crédito éconcedido por meio do Programa Nacional de Fortalecimento daAgricultura Familiar (Pronaf). De 2003 até hoje, o créditorural concedido pelo Banco do Brasil, via Pronaf, cresceu 290%,passando de R$ 2 bilhões na safra 2002/2003 para os atuais R$7,8 bilhões previstos.Isso mostra que “ocompromisso assumido pelo presidente Lula, de apoiar mais fortementea agricultura familiar, se concretizou, com o aumento dos números:290% ao longo das últimas seis safras”.O Pronaf foi criadoem 1995, numa época em que o crédito rural no Brasilera voltado quase que, exclusivamente, aos agricultores de médioe grande porte. “Os pequenos agricultores não tinham acessoà política de crédito. E o Pronaf veio preencheressa lacuna, alcançando os agricultores familiares”,afirmou.De acordo com dados do BB, oNordeste foi uma da regiões que mais tiveram alta nofinanciamento da agricultura familiar. Ali, os desembolsos evoluíramde R$ 187,5 milhões, na safra 2002/2003, para R$ 584 milhões,na safra 2007/2008.No mesmo período, os recursosdo Pronaf, só no estado do Ceará, subiram de R$ 5,9milhões para R$ 62,2 milhões. “Nós temos umavinculação muito forte da nossa atuaçãona agricultura familiar com os Planos de Negócio deDesenvolvimento Regional Sustentável [DRS]. Então,nós estamos atuando, hoje, em mais de dois mil projetosintegrando DRS com agricultura familiar”, relatou Guedes.Guedes destacou que osfinanciamentos do Pronaf são cobertos por seguro, para cobrirperdas devido a fenômenos climáticos. “Agricultura éuma atividade de alta volatilidade porque depende de condiçõesclimáticas. É um produto de caráter biológico.”Ele lembrou que, hoje, o bancooferece outro mecanismo, instituído no ano passado, que éo Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar(PGPAF). Segundo Gudes, 73% do financiamento à agriculturafamiliar tem PGPAF e 93%, dos créditos concedidos pelo Pronaf,têm seguro agrícola. Esses mecanismos, enfatizou,contribuem para reduzir o risco da agricultura familiar.