Brasil, Argentina e Colômbia podem intermediar negociações na Bolívia, diz Garcia

11/09/2008 - 19h35

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Grupo de Amigos daBolívia – formado por Brasil, Argentina e Colômbia –está disposto a intermediar as negociações entreo governo de Evo Morales e os opositores, segundo o assessor especialda Presidência para Assuntos Internacionais, Marco AurélioGarcia.“O Grupo de Amigos daBolívia vai atuar para evitar o pior, o enfrentamento. Emsegundo lugar, descobrir a possibilidade de criar um terreno denegociação”, disse Garcia, no Palácio doPlanalto, acrescentando que a possibilidade de intermediaçãotem o aval de Morales.De acordo com Garcia,representantes do grupo poderão ir a La Paz nos próximosdias. Além dele próprio, o ministro interino dasRelações Exteriores, Samuel Guimarães, e ochanceler argentino Jorge Taiana podem visitar o país vizinho. Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) jáestá preparado para a possível viagem que, segundo oassessor, depende de uma sinalização do governo deMorales.“Todo o mecanismo dedeslocamento está preparado. O momento tem que ser definidopelo governo boliviano”, afirmou.Durante conversa hoje(11), por telefone, com o presidente Luiz Inácio Lula daSilva, Morales afirmou estar pessimista em conseguir um acordo com aoposição e espera uma mobilização dosmovimentos sociais em defesa de seu governo.O Brasil teme que acrise no vizinho afete não só o fornecimento de gás,como também o processo de integraçãosul-americana. “Qualquer desestabilização em um paíscom a situação geopolítica da Bolíviapoderia acarretar prejuízos extraordinariamente grandes paraos processos de integração da América do Sul ecriar um precedente muito perigoso para a região”.Garcia informou que ogoverno tem acompanhado a situação na Bolívia deperto nos últimos dias. Além dos presidentes dos paísesvizinhos, o Palácio do Planalto e o Ministério dasRelações Exteriores estão em contato com aembaixada brasileira na Bolívia e com os chanceleres dospaíses vizinhos.“Não temnenhuma negligência do Ministério das RelaçõesExteriores em relação á Bolívia”,garantiu o assessor de Lula.