Preços das commodities não voltarão a níveis anteriores, diz Mantega

09/09/2008 - 19h40

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar de estarem em queda, os preços das commodities[bens primários com cotação internacional] não voltarão aos níveisanteriores à alta dos alimentos e dos minérios, disse hoje (9) oministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, mesmo com a retraçãodos últimos meses, a demanda continuará maior do que nos anosanteriores.“Na volta desse movimento [de alta das commodities],ainda permanecerá uma demanda mais elevada do que aquela que havia nopassado. Acredito que haverá uma retração dos preços, mas não que volteaos patamares de antes do início do ciclo”, afirmou Mantega duranteseminário de comemoração aos 200 anos do Ministério da Fazenda emBrasília.Para o ministro, a queda no preço dos minérios e dosalimentos tem sido, em grande parte, responsável pelo desempenhonegativo da Bolsa de Valores de São Paulo. “A bolsa é formada pormuitas empresas de commodities e é natural que as empresas tenham seuspreços reduzidos com uma queda nos preços das commodities no mercadointernacional”, alegou.A Bolsa de São Paulo encerrou o dia em baixa de 4,5%,abaixo dos 50 mil pontos pela primeira vez desde abril de 2007. Noacumulado do ano, a queda acumulada é de mais de 20%.Na avaliação do ministro, a queda da bolsa é apenaspassageira e está sendo expressiva porque os fundos internacionais deinvestimento, que compraram alimentos e minérios e impulsionaram ospreços, agora estão se desfazendo das aplicações. “Quando houve areversão desse cenário, os fundos fugiram das commodities e foram paraoutro tipo de aplicação. Na mesma velocidade que subiu, também estácaindo”, afirmou.Mantega, no entanto, ressaltou que o saldo ainda épositivo se for levado em conta não apenas o desempenho recente domercado de ações, mas as movimentações nos últimos anos. “Não adiantadizer apenas que a bolsa está caindo, mas que subiu muito mais do quecaiu até agora”, declarou.O ministro também atribuiu a queda nas bolsas àsturbulências nos mercados internacionais. “Existe ainda o repatriamentode capital porque uma parte das aplicações de fundos estrangeiros estásendo retirada porque os investidores precisam cobrir buracos em outroslugares”, concluiu.