Daniel Lima e Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aqueda no preço das commodities vai compensar o impacto que daelevação do preço do dólar na economia brasileira, avaliou hoje (9) o ministro daFazenda, Guido Mantega. Segundo ele, haverá uma neutralização da valorização da moeda norte-americana e isso nãoafetará a inflação, mas pelo contrário poderá trazer resultados como a deflação já registrada ontem (8) no Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), que trouxe deflação. O ministro disse ainda que a desvalorizaçãodo real que ocorre no momento não será igual à que houve no passado. "Nóspodemos dormir tranqüilos do ponto de vista de inflação. Dormir a gentenunca dorme. Dormir sempre com o olho aberto", disse. Mantega não quiscomentar se era o momento de reduzir os juros e ressaltou que essa éuma atribuição do Banco Central, que hoje começa a definir a tendênciada taxa básica de juros para a economia brasileira. "Aí não é o meudepartamento. Ainda mais em véspera de Copom [Comitê de PolíticaMonetária]".O comitê, formado por diretores do Banco Central, é quem define o índice da Selic, a taxa que servecomo referência ao mercado financeiro para definir os juros que sãocobrados das pessoas e empresas que buscam empréstimos. Oministro também não quis fazer projeções para o valor do dólar elembrou que sistema no Brasil é flutuante. Ou seja, não tem o valor damoeda controlado pelo governo. Mas a elevação do preço da moedanorte-americana poderá trazer impactos para as contas externas já que muitosinvestidores retiram os recursos que têm no país para cobrir prejuízosem outros mercados. "Sãodois impulsos que ele [câmbio] responde. O primeiro é um resultado menor nobalanço de pagamentos, com uma sobra menor de dólares na economia.Capitais que aqui estavam voltaram para cobrir o buraco que havia namatriz", afirmou. Oministro enfatizou que, agora, o dólar se valoriza, mas houve um momentoem que o real também passou pelo mesmo processo. "Eu não sei se veiopara ficar ou não. Mas é flutuante e continuará a flutuar. A tendênciaagora é que não haja a valorização que houve no passado".