Daniel Lima e Kelly Oliveira
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda,Guido Mantega, disse hoje (9) que a intervenção dogoverno norte-americano no mercado imobiliário foi, nãosó necessária, mas acertada do ponto de vista daeconomia global. Segundo ele, a decisão evitou adeteriorização da crise que poderia atingir o Brasil.Ele disse que o agravamento da crise,em algum momento, poderia afetar o Brasil, que já estásendo atingido pelo problema. O Tesouro americano anunciou no últimodomingo (7) a ajuda de US$ 200 bilhões às duas maioresagências hipotecárias do país, Fannie Mae eFreddie Mac. Mantega lembrou que asduas empresas têm impacto não só no mercadoimobiliário americano e sua falência poderia provocaruma quebradeira nos Estados Unidos, que poderia arrastar o sistemafinanceiro mundial."A economia[brasileira] está robusta. [Mesmo assim] sempreafeta um pouco. Essa saída de capitais da bolsa de valoresbrasileira e a remessa de lucros e dividendos [das empresas paraas matrizes no exterior] é resultado da crise financeira.Se não houvesse a crise, não teria essa saída." Se a crise ficar nessepatamar, acredita o ministro, o problema não afetarámais o Brasil. Outro fator, porém, tem ajudado a crise: oposicionamento do Banco Central Europeu, que, nesse momento estánuma situação muito conservadora, ao estabelecer osjuros em 4,25% ao ano. A medida foi criticada por Mantega. "Tanto que a UniãoEuropéia está sofrendo por causa disso. Os paíseseuropeus estão com um problema de crescimento muito baixo. Háuma retração forte no crescimento e as economias estãoentrando em recessão. Isso é ruim e talvez tenha sidoum equívoco", avaliou. O ministro nãoquis fazer projeções sobre a decisão do Comitêde Política Monetária (Copom) do Banco Central, que atéamanhã (10) define a taxa básica de juros da economiabrasileira, atualmente em 13% ao ano.