Priscila Mazenotti e Marcos Chagas
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O ministro-chefe doGabinete de Segurança Institucional (GSI), general Jorge Félix, defendeu a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em depoimento àComissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência. Eledisse que a instituição normalmente é “condenadapor antecipação”, antes da conclusão dasinvestigações. “Foi em 2004, na CPIdos Bingos, quando a agência foi acusada de grampear telefones;em 2005, na CPMI dos Correios, e depois ficou provado que nãohouve a participação da Abin. Os servidores quetrabalham na área de inteligência hoje são namaioria concursados e já começam suas carreiras com umestigma desses”, reclamou.O ministro evitou enumerar hipóteses para ospossíveis responsáveis pela gravaçãoclandestina da conversa telefônica entre o presidente doSupremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, e o senadorDemóstenes Torres (DEM-GO).“Não descartonenhuma hipótese e nem me atrevo a anunciar hipóteses.Se houver alguma acusação comprovada, certamente osenvolvidos serão sancionados”, disse.O general admitiu que aconfirmação por parte de Gilmar Mendes e DemóstenesTorres do teor da conversa comprova que os telefones foram realmentegrampeados. “Pode ter sido numdos dois lados, e ontem (8) o diretor da Polícia do Senadodisse que aqui não ocorreu, ou nas operadoras de telefone onde90% dos casos acontecem”, disse.