Diretor afastado da Abin ainda não confirmou presença em reunião sobre grampos ilegais

09/09/2008 - 0h31

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência se reúne hoje (9) no início da tarde para ouvir explicações de autoridades sobre os grampos telefônicos ilegais feitos contra os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN).Os parlamentares vão ouvir as explicações do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Armando Félix. Apesar de convocados, o diretor afastado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, e o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa ainda não confirmaram presença.Garibaldi Alves Filho reuniu hoje pela manhã com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Marco Maciel (DEM-PE) e fez um apelo para que a CCJ vote amanhã (10) em turno suplementar projeto que regulamenta o uso dos grampos em investigações policiais. "É uma maneira de o Congresso e o Senado se inserirem nessa discussão dos grampos, mas com uma contribuição positiva por meio desse projeto, que estabelece um tratamento draconiano para com os chamados grampeadores de plantão", disse o presidente do Senado.Apesar de falar em "tratamento draconiano", Garibaldi defendeu um equilíbrio entre o rigor da lei e a necessidade das investigações policiais. "Às vezes você fica diante de uma escolha de Sofia. Nesse momento a prioridade é inibir os grampeadores, aqueles que estão se aproveitando do progresso tecnológico para grampear as autoridades e os cidadãos", disse. "Mas não vamos exagerar na dose para não matar o doente. Não vamos inibir tanto os grampeadores que não se possa mais nem fazer a investigação por meio dos grampos. É uma questão de quem executa procurar ficar dentro da lei", completou.Garibaldi Alves Filho ainda disse ter plena confiança no trabalho feito pela Polícia Legislativa do Senado, que concluiu ontem (8) investigação nas centrais telefônicas da Casa e não encontrou nenhum indício de grampo. "Se eu duvidar da Polícia do Senado, vou acreditar em qual polícia? São profissionais que foram treinados, recrutados por concurso e, até prova em contrário, estou acreditando neles", disse. Garibaldi afirmou que não tem receio de falar ao telefone fixo, mas que fica temeroso quanto ao uso do celular. "No celular, nesse período ninguém está tão seguro, mas estamos trabalhando para gerar segurança."