Candidatos à prefeitura de São Paulo apóiam elaboração de plano municipal de educação

09/09/2008 - 19h41

Bruno Bocchini e Flávia Albuquerque
Repórteres da Agência Brasil
São Paulo - Quatro candidatos e três representantes de candidatos à prefeitura de São Paulo defenderam hoje (9) a elaboração de um plano de educação para o município, que esteja articulado com as outras esferas do estado e com a sociedade civil. O apoio a esse plano foi dado em debate promovido pelo Movimento Nossa São Paulo, em que propostas da sociedade civil foram discutidas pelos aspirantes ao executivo da cidade.Participaram do debate os candidatos Edmilson Costa (PCB), Ivan Valente (PSOL), Renato Reichmann (PMN) e Soninha Francine (PPS), além dos representantes dos candidatos em melhor situação nas pesquisas: Alexandre Schneider, secretário municipal de Educação, representando o candidato Gilberto Kassab (DEM); o ex-ministro da Educação Paulo Renato, que falou por Geraldo Alckmin (PSDB); e a ex-secretária de educação Maria Aparecida Perez, representando Marta Suplicy (PT).Segundo a candidata Soninha Francine, as novas propostas devem ser debatidas com a sociedade civil e com a rede pública de ensino para que se chegue a um consenso na elaboração do Plano Municipal de Educação. “O certo é compartilhar esses dilemas com a sociedade e com a rede, e provavelmente chegar à conclusão de que, embora tenhamos que ter metas, não podemos descartar que cada região e cada unidade deva ser analisada separadamente, para que as metas sejam adaptadas à realidade local”, disse.Na opinião do candidato Ivan Valente, um plano municipal de educação nãopode ser discutido isoladamente. Deve ser debatido levando-se em contaos demais planos de educação estaduais e federal. “Eu entendo que aprimeira medida é derrubar os vetos do Plano Nacional de Educação. Oplano estadual de educação não andou. E o plano municipal de educaçãoestá engatinhando. O plano é mais que necessário e com a participaçãoda sociedade civil. Agora, precisa ter recursos”, afirmou.Para Edmilson Costa, o plano municipal de educação não pode ser vistocomo uma “peça técnica”, isso porque "se a peça técnica resolvesse asquestões, nós já teríamos feito vários planos de educação ao longo danossa história e a situação já estaria resolvida. O plano tem de serfeito como uma peça política. E é a partir desse entendimento que nóstemos que ver qual é o rumo desse plano”.Renato Reichmannressaltou a responsabilidade da prefeitura em garantir vagas atodos. “Não existe outro caminho senão a educação. Temos que saberquantas pessoas estão fora da creche. Entre tapar um buraco na rua ecolocar uma criança na escola, eu deixo para a amanhã o buraco”, disse.A representante da candidata Marta Suplicy, a ex-secretária Maria Aparecida Perez, considerou que as metas de um plano municipal de educação devam caminhar no sentido do diálogo para a formação de uma “sociedade igualitária”, analisando as necessidades da educação desde o ensino infantil até a universidade e a formação de adultos. Para ela, as metas devem ser desenvolvidas por meio de articulação com outros setores do governo e da sociedade. “E não podem funcionar como presilha do gestor público e sim permitir ações locais. Temos que ir nos locais, regiões e sub-prefeituras para debater e aí, sim, construir perspectivas de metas diferentes e adequadas para cada local”.O representante do candidato Gilberto Kassab, Alexandre Schneider, defendeu também a participação da sociedade civil no plano de educação da cidade. “As metas não podem ser só da prefeitura. Tem que ter metas para a escola e discutir o que a sociedade quer, quais os resultados que queremos e que tipo de criança queremos formar”.Em nome de Geraldo Alckmin, o deputado federal Paulo Renato destacou a necessidade da participação da sociedade civil na elaboração do plano de educação. “Precisa ter uma articulação muito grande com o estado e o governo federal, especialmente com o estado, porque a gestão de uma boa parcela da educação do ensino de São Paulo é compartilhada”. Ele ainda defendeu que seja enfatizada a aprendizagem do aluno. “Temos que medir a qualidade pela aprendizagem do aluno. Isto hoje é possível”, disse.