Presidente da OAB diz que é "perceptível" insegurança para se falar ao telefone no país

04/09/2008 - 10h25

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, disse hoje (4) que é perceptível a insegurança que tem o cidadão ao falar em telefones no país. Publicamente. Britto fez a afirmação ao chegar para a Conferência Nacional para Superação da Violência e Promoção da Cultura da Paz, que prossegue hoje (4), na sede do Conselho Federal da OAB. Questionado pelos jornalistas sobre a afirmação do procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza, de que talvez Britto não conheça o Ministério Público e a polícia o suficiente para dizer que o Brasil é um país da “bisbilhotice”, Brito disse que justamente por conhecer é que afirmou que o Brasil é “uma grampolândia”.Segundo Britto, é a população que conhece melhor o problema. Em tom de brincadeira, ele afirmou que, a julgar pelo número de pessoas que sofrem com o problema do grampo telefônico, o Brasil tem de 10 a 30 milhões de criminosos, já que esse mecanismo geralmente é usado em investigações criminais.“É claro que isso é um exagero, embora seja cometido com autorização da Justiça e com a interveniência do Ministério Público”, esclareceu.Britto explicou que, que ao ter afirmado ontem (3) que o Brasil era uma “grampolândia”, quis chamar as pessoas à reflexão. “Não fiz uma crítica para mostrar que isso ocorre, [mas propus] uma reflexão para que isso não ocorra. Estamos em uma democracia e isso pressupõe respeito ao cidadão”.