Montadoras pretendem dobrar a produção anual, indicam projeções da Anfavea

04/09/2008 - 18h53

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Os números projetados de veículos em torno do desempenho da indústria automobilística não deixam dúvidas: o setor aposta -  e forte - na manutenção do poder de compra dos brasileiros. Nos próximos quatro anos, as montadoras instaladas no país planejam investir quase US$ 23 bilhões e a meta é chegar, em 2013, com volume de produção em 6 milhões de unidades.Esse montante representa quase o dobro do total do que as fábricas prevêem para este ano, que somam 3,425 milhões ou 15% acima de 2007, quando foram produzidas 2,977 milhões de veículos. Já as vendas para o mercado interno deverão fechar 2008 com 3,060 milhões de unidades, 24,2% a mais do que no ano passado.O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Scheneider, informou hoje (4) que a intenção é colocar a maioria dessa produção futura circulando no próprio país e uma pequena parte, em torno 1,1 milhão, irá para o Exterior."Os investimentos que são estruturados, na casa de bilhões de dólares, não são realizados para aproveitar uma onda do momento”, observou o dirigente , acrescentando que o comportamento dos empresários “mostram uma confiança no patamar de consumo do brasileiro que implica em uma capacidade de produção maior e justifica tanto o aumento da oferta de veículos de passeio quanto de carga”.Na avaliação dele, a desaceleração observada nos negócios, em agosto último, não sinaliza o começo ameaçador de uma retração. “É uma tendência natural, como deveria crescer uma indústria sem a necessidade de atender uma demanda reprimida”. Os sucessivos recordes que vinham sendo registrados, conforme o executivo, ocorreram face a essa demanda reprimida. Daqui para a frente, acredita ele, o consumo passará a ter níveis de aumento menores.O total de veículos novos licenciados, em agosto, incluindo os nacionais e importados, somaram 244.771 unidades, 15,1% abaixo de julho último e 4% superior a agosto de 2007. Nessa base de comparação de um mês para igual período do ano anterior, estava girando na média de 20% de alta. Já no acumulado de janeiro a agosto, o movimento foi 26,4% maior.A produção, no oitavo mês do ano também encolheu um pouco (-1,0%) na virada de julho para agosto. Mas, comparado a igual mês do ano passado, cresceu 12,6% e desde janeiro acumula alta de 20,3%. Quanto às exportações, o setor obteve aumento de 7,6% sobre julho em volume financeiro com US$ 1,327 bilhão e, no acumulado do ano US$ 9,444 bilhões ou 9,1% a mais do que no mesmo período de 2007.Ao apresentar esses dados, Schneider destacou ainda a evolução das atividades demonstrada pela contratação da mão-de- obra. A base de trabalhadores que, em 2004 alcançava 90,7 mil empregados, hoje está em 130,4 mil. De julho para agosto, a variação foi pequena, 0,8%,com a absorção de 1.083 pessoas. De janeiro a agosto, houve um aumento de 12,9%.