Em Recife, Lula critica greve de servidores de atividades essenciais, como médicos

04/09/2008 - 17h42

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente LuizInácio Lula da Silva criticou hoje (4), em Petrolina (PE), agreve de servidores públicos de atividades consideradasessenciais, como médicos, porque, segundo ele, prejudica ospobres. Lula fez a crítica no momento em que os médicosdos hospitais estaduais em Recife ameaçam deixar o trabalho apartir de amanhã (5).Cerca de 400profissionais já entregaram seus pedidos de exoneraçãoà Secretaria Estadual de Saúde. A categoria queraumento salarial e rejeitou na noite de segunda-feira (2) proposta dogoverno. Por meio de nota de oficial, o governo informou que propôs reajustar os salários dos plantonistas de R$ 2.900 para R$3.600 e dos diaristas R$ 1.900 para R$ 2.300.“Sempre tive muitadúvida sobre greve de médico, sobre greve de metrô,pois quem paga é exatamente a parte mais pobre da população.A gente não vê greve nos grandes hospitais particulares.A gente vê é no setor público, onde criançasficam na fila, esperando horas por atendimento e as pessoas nãoaparecem para atendê-la em nome de reivindicar um salárioa mais”, disse o presidente, ao inaugurar, em Petrolina (PE), aprimeira etapa do campus da Universidade Federal do Vale do SãoFrancisco (Univasf), que ficará pronta no segundo semestre de2009.“Pode reivindicar,brigar, mas não deixe de atender aquela parte mais pobre dapopulação, é a parte mais fraca, não éorganizada”, completou.Com a ameaça dedemissão coletiva, o governo de Eduardo Campos pediu ajuda aoMinistério da Defesa, que deslocou aproximadamente cem médicosdas Forças Armadas para ajudar no atendimento na rede públicade Recife. De acordo com o ministério, os militares jáestão atendendo. No evento, Lula disseainda que o governo investirá R$ 41 bilhões em ciênciae tecnologia até 2010.