Antonio Carlos quer convocar a população do Rio à luta por seus direitos

04/09/2008 - 6h45

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O objetivo da campanha de Antonio Carlos, candidato do PCO à prefeitura do Rio,  é convocar a população a reivindicar um governo dos trabalhadores, que atenda aos seus direitos fundamentais, como saúde, educação e transporte. Antonio Carlos afirmou que não pretende iludir os eleitores, como outros candidatos, de que as eleições são capazes de mudar a cidade.Na série de entrevistas com todos os candidatos à prefeitura do Rio, amanhã (5) será a vez de Chico Alencar (PSOL), seguindo-se, no sábado (6), Eduardo Paes (PMDB); Eduado Serra (PCB), no domingo (7), além de, no dia 8, Fernando Gabeira (PV); 9, Filipe Pereira (PSC); 10, Jandira Feghali (PCdoB); 11, Marcelo Crivella (PRB); 12, Paulo Ramos (PDT); 13, Solange Amaral (DEM): e dia 14 (um domingo), Vinícius Cordeiro (PTdoB).Para Antonio Carlos, a única força realmente transformadora é a própria mobilização popular, principalmente contra a “repressão” aos pobres, favelados e operários. Ele disse que vai chamar a população a seguir o exemplo dos operários e das mães dos jovens do Morro da Providência, no centro do Rio, que morreram ao ser entregues por militares a traficantes do Morro da Mineira.Em relação à educação, Antonio Carlos acredita que o problema central seja a falta de investimentos adequados. Ele pretende expandir os investimentos na educação, ao cortar os gastos com pagamento de juros de dívidas, que, na sua opinião, consomem cerca de 40% do orçamento público. Com esses investimentos, Antonio Carlos disse que vai promover a valorização dos profissionais, com aumento dos seus salários.Segundo o candidato, a aprovação automática, instituída pelo sistema de ciclos na rede municipal do Rio, é uma forma de mascarar a falência da educação, que foi feita apenas para cumprir metas. Por isso, ele afirmou que vai acabar com este sistema. O candidato quer também incluir a comunidade na gestão das escolas.Antonio Carlos disse ainda que o sistema de saúde pública não pode ser fonte de lucro para os planos privados de saúde. Por isso, pretende investir na área, principalmente em campanhas e em saneamento básico, para prevenir uma crise no setor, como a  vivida durante a epidemia de dengue este ano na cidade."Diante da questão da dengue, gastou-se milhões na tentativa de trazer profissionais de outros estados e até de fora do país. Não se valoriza devidamente os médicos e os funcionários [da rede pública]. É necessária uma mobilização nesses setores da comunidade para garantir os investimentos na saúde e na educação, para prevenir não só a dengue, como outras epidemias. As pessoas continuam morrendo nos hospitais", observou o candidato.Antonio Carlos defendeu a municipalização do setor de transportes no Rio de Janeiro. Ele disse que enquanto o transporte estiver voltado para o interesse dos empresários, não só não será possível resolver os problemas do setor, como também o caos no trânsito continuará."As pessoas são transportadas como sardinhas em lata nos ônibus e trens. Todo este setor é organizado de maneira a garantir o lucro dos grandes empresários, que são inclusive os grandes investidores das campanhas dos principais candidatos. Por isso, nós defendemos sua estatização", afirmou.O candidato disse que seu partido vai às eleições para denunciar toda a “podridão” que está na política carioca e também um suposto estado de sítio instalado durante as campanhas, com a participação das forças federais, que, segundo ele, estão matando a população nos bairros operários. Para ele, o uso dessas forças é um retrocesso.