Tarso diz que acusações de Dirceu sobre invasão de escritório têm de ser formalizadas

03/09/2008 - 14h56

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Justiça,Tarso Genro, disse hoje (3) que qualquer acusação departicipação de agentes públicos na invasãodo escritório de advocacia do ex-ministro da Casa Civil edeputado cassado José Dirceu deve ser formalizada para quesejam tomadas as providências legais.Tarso disse que circulou informações de que alguém vinculado ao Ministério daJustiça ou à Polícia Federal teria participaçãona invasão do escritório de Dirceu. “E não foi elequem disse, foi um terceiro que disse que a invasão tevealguma relação com algum órgão policial,e isso me preocupa. Mas ele não disse nada disso. No momentoem que chegar a mim uma informação arespeito, vou combater duramente. A Polícia Federal nãofaz nenhum ato ilegal, não participa desse tipo de coisa, emuito menos pode ser instrumentalizada politicamente hoje”, afirmouo ministro.Na últimasegunda-feira (1), José Dirceu escreveu em seu blog queseu escritório, localizado na Vila Clementino, em SãoPaulo, foi arrombado em março desse ano. Ele disse que chegoua fazer um boletim de ocorrência no dia 17 do mesmo mês erelata que apenas a CPU do computador foi levada.“Minha desconfiançasobre a natureza do arrombamento se transformou em certeza quandosoube por um amigo advogado, que ouviu de policias, que queriam meenvolver, a qualquer custo, na Operação Satiagraha. Daío roubo, o grampo em meu telefone e no de meus familiares”, diz otexto.Reportagem da revistaVeja desta semana denuncia que no final do mês de junhoDirceu teria avisado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silvaque estava sendo vítima de operações ilegais eque suspeitava de ação conjunta da PolíciaFederal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A revista informa queDirceu acusa tanto o diretor-geral afastado da Abin, Paulo Lacerda,como o próprio Tarso Genro de estarem por trás de umcomplô para prejudicá-lo.