Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ministra-chefe daCasa Civil, Dilma Rousseff, negou-se a comentar a suspeita de que aAgência Brasileira de Inteligência (Abin) adquiriumaletas de interceptação telefônica ilegalmente.Segundo ela, o importante é averiguar o quadro dos grampos eda Abin como um todo.“Não vouavaliar se é grave a compra de um equipamento ou não. Oque nós vamos avaliar é todo o quadro da Abin, todo oquadro do grampo, se houve grampo ou não. É dentrodesse contexto que a compra dos equipamentos vai ser considerada ebalanceada”, afirmou após cerimônia para anunciaraumento de vagas de graduação nos processos seletivosdas universidades federais, no Palácio do Planalto.A ministra tambémmenosprezou eventuais atritos com o Supremo Tribunal Federal (STF),em virtude da escuta realizada em telefonema do presidente da Corte,Gilmar Mendes. “Nós não tivemos nenhum problema com oSupremo”.A compra ilegal deequipamentos teria sido revelada pelo ministro da Defesa, NelsonJobim, durante a reunião de coordenação políticapara tratar do assunto, segunda-feira passada (1º). Segundoreportagem publicada hoje pela Folha de S. Paulo, ocusto foi de cerca de US$ 500 mil e a revelaçãosurpreendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tendo sidodecisiva para o afastamento da cúpula da Abin.Ontem, em depoimento àCPI das Escutas Telefônicas Clandestinas, o ministro-chefe doGabinete de Segurança Institucional, Jorge Armando Félix,disse que o Exército vai examinaros equipamentos.