Oposição quer criar CPI para investigar grampo no Legislativo e no Judiciário

03/09/2008 - 16h28

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O PSDB, o DEM e o PPSvão começar, de imediato, a coleta de assinaturas paraa instalação de comissões parlamentares deinquérito na Câmara e no Senado, com o objetivo deinvestigar as interceptações clandestinas de telefonesde autoridades do Legislativo e do Judiciário. Mais do que apurar aautoria das escutas clandestinas, a questão é manter oassunto "na ordem do dia para que um fato de tamanha gravidadenão caia no esquecimento", afirmou o vice-líder doPSDB no Senado, Álvaro Dias (PR).A decisão de darentrada nos requerimentos para a criação de CPIs naCâmara e no Senado, foi tomada hoje (3) durante uma reuniãoentre os dirigentes dos três partidos, na sede do PSDB. "Queremos um palcopara debater o assunto e mantê-lo na ordem do dia. Se ficarmospassivos, pode-se abrir caminho para fatos mais graves, se éque existe fato mais grave que este", disse o vice-líderdo PSDB. Segundo ÁlvaroDias, a autoria de grampos telefônicos é um assunto"muito complexo", uma vez que os responsáveis sósão identificados quando pegos em flagrante.Os tucanos tambémpretendem se reunir com representantes da Ordem dos Advogados doBrasil (OAB) e da Associação Brasileira de Imprensa(ABI) para debater a gravidade do grampo clandestino contra ospresidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro GilmarMendes, e do Congresso Nacional, senador Garibaldi Alves Filho.A bancada do PSDB noSenado vai cobrar do presidente da Casa uma reação maisefetiva sobre a questão. "Vamos pedir para que eleconvoque uma sessão do Congresso Nacional para dar satisfaçãosobre as providências tomadas. A reação doCongresso foi muito tímida neste episódio",reclamou Álvaro Dias.O líder do PSB,senador Renato Casagrande (ES), criticou a iniciativa. Ele considerouque instalar uma CPI, neste momento, só enfraqueceráainda mais a credibilidade da instituição. "O que a oposiçãoquer é estabelecer uma luta política. Essa é umaestratégia já utilizada de forma repetitiva, que leva oCongresso ao descrédito", afirmou.Casagrande defendeu queos parlamentares aguardem o resultado das investigaçõesconduzidas pela Polícia Federal.