Garcia defende Abin e diz que órgão não está envolvido em grampo no STF

03/09/2008 - 20h10

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O assessor da Presidência da República para Assuntos Internacionais, ministro Marco Aurélio Garcia, afirmou hoje (3) que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não está envolvida no caso do grampo telefônico envolvendo o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.“Tenho certeza que a Abin, como instituição, não está envolvida. Pode ser que tenha sido gente da Abin e pode ser que tenha sido gente de fora que esteja tentando jogar nas costas da Abin isso. Tem que se perguntar é: a quem beneficia essa infração? Beneficia o governo? Não. Beneficia o Poder Judiciário? Não. Beneficia o Senado? Não. Cada um tire as suas conclusões”, disse Garcia.O ministro comentou também a situação política do Paraguai, onde o presidente recém-eleito, Fernando Lugo, denunciou uma possível tentativa de golpe. “Foi positivo que as coisas tenham vindo a público, mas eu não vejo com preocupação isso, porque acho que o período dos golpes de Estado já passou. Não há mais espaço para isso”, declarou.Segundo ele, não há mais condições internacionais para uma solução extraconstitucional e há, no Mercosul, a Cláusula Democrática, que proíbe ditaduras no bloco. “O povo paraguaio tem todas as condições de resolver os seus problemas internos. Não precisa o dedo do Brasil nem de nenhum outro país”, concluiu.Garcia participou do 20º Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio.