CPI dos grampos deve ouvir hoje diretor afastado da Abin

03/09/2008 - 11h39

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Odiretor-geral-adjunto afastado da Agência Brasileira deInteligência (Abin), José Nilton Campana, deve deporhoje (3), às 14h30, na Comissão Parlamentar de Inquérito(CPI) das Escutas Telefônicas Clandestinas. Ele foi convocadopara falar sobre a denúncia de que a Abin teria sidoresponsável por grampear ilegalmente o telefone do presidentedo Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes.

Ontem(2), o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional(GSI), general Jorge Félix, a quem a Abin ésubordinada, negou à CPI que a agência tenha realizado,em caráter institucional, qualquer interceptaçãode telefonemas de ministros do STF. Ele nãodescartou, porém, a participação de funcionários da Abinno grampo ilegal.

“Nãodescartamos nenhuma hipótese, nem mesmo essa. A Abin comoinstituição é uma coisa, mas servidores da Abinsão seres humanos, sujeitos a erros e acertos”, afirmouFélix.

Naúltima segunda-feira (1º), o presidente Luiz InácioLula da Silva determinou o afastamento temporário da cúpulada Abin, comandada por Paulo Lacerda, até que sejam concluídasas investigações sobre o envolvimento do órgãoem escutas telefônicas ilegais.

De acordo com matéria da revista Veja, a Abin,subordinada à Presidência da República, teriagravado a conversa telefônica de Mendes com osenador Demóstenes Torres (DEM-GO) no dia 15 de julho. A reportagemtraz a transcrição do diálogo e diz que teveacesso aos documentos por meio de um servidor da agência, quepediu anonimato.  

A revista informou ainda que os senadores Tião Viana(PT-AC), Arthur Virgílio (PSDB-AM ), Tasso Jereissati(PSDB-CE) e Álvaro Dias (PSDB-PR) também teriam sidogrampeados pela Abin. Os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, edas Relações Institucionais, José Múcio,além do chefe de gabinete da Presidência da República,Gilberto Carvalho, igualmente teriam sofrido escutas realizadas pelaagência.