Campana diz que clima entre Abin e PF é de cooperação

03/09/2008 - 19h12

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Odiretor-adjunto afastado da Agência Brasileira de Informação(Abin) José Milton Campana informou hoje (3) aos deputados daComissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das EscutasTelefônicas Clandestinas que a participação doórgão nas investigações da OperaçãoSatiagraha foi no sentido de confirmar endereços e de checarcomo os nomes dos investigados aparecem na base de dados da Justiçae do sistema financeiro. “Atuamosna verificação de endereços, consultas a bancode dados, registros nos tribunais, Serasa e vários outrosórgãos”, disse Campana, que negou ainda a existênciade disputa entre a Abin e a direção da PolíciaFederal. “A relação é de cooperação”,destacou.Ocompartilhamento das informações entre a Abin e aPolícia Federal, de acordo com Campana, é uma rotinanas investigações e o contato é feito por meiodo Departamento de Inteligência Policial (DIP) da PolíciaFederal. “O DIP faz parte do Sistema Brasileiro de Inteligência,da mesma forma que a Abin. Os dados são compartilhados e essecompartilhamento é fundamental para o sucesso dasinvestigações”, disse Campana.Eleafirmou ainda que os equipamentos adquiridos pela Abin e peloExército em 2006 eram voltados à segurança dosJogos Pan-Americanos e que eles eram destinados à varreduradas áreas. De acordocom o diretor do Centro de Pesquisa para Segurança dasComunicações (Cepesc), Otávio Cunha, quecolaborou com a CPI, o equipamento comprado para o PAN, chamadoOmni-spectral Correlator, tem capacidade de identificar ligaçõestelefônicas existentes em um ambiente, mas não écapaz de decodificar os sinais. Desta forma, ele não servepara escutas telefônicas por não dar acesso ao conteúdodas conversas.