Atividades de saúde em 2005 representaram 5% da economia, revela pesquisa

03/09/2008 - 11h54

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As atividades de saúde no Brasil geraram R$ 97,3 bilhões, o querepresentou 5,3% da economia do país medida pelo Produto Interno Bruto(PIB) de 2005. Os dados são da pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística, IBGE, nesta quarta-feira, sobre a economia dasaúde entre 2000 e 2005. O PIB referencial para o cálculo foi de R$ 1,8trilhão.Os resultados também apontam que houve aumento no número de postos de trabalho, que, em 2005, passaram de 4% do total de postos no país. Foram registrados cerca de 4 milhões de postos de trabalho, sendo mais da metade com vínculo formal. O rendimento anual dos trabalhadores nas atividades relacionadas à saúde foi de R$ 15,9 mil.As famílias são responsáveis por 60,2% do consumo de bens e serviçosde saúde, o que significa que os gastos familiares com saúde correspondema quase 5% do Produto Interno Bruto (PIB). A administração públicaficou em segundo lugar, com gastos que alcançaram mais de R$ 66 bilhões, ou 3,1%do PIB.Segundo o economista do IBGE Ricardo Moraes, os dados provam que asaúde não representa apenas despesa, como também geração de renda.“Assim como a geração de energia elétrica aumenta a produção e o PIB dopaís, a saúde também. Ela gera serviços que são consumidos pela população eisso gera aumento de renda. A gente está criando produção, pagando salários,oferecendo serviços”, disse.Um outro dado da pesquisa mostra que o número de internações noBrasil vemdiminuindo ao longo dos anos, uma tendência mundial, como explicouMoraes. Segundo ele, com o progresso tecnológico no setor de saúde,hoje, ospacientes podem resolver vários problemas de saúde com tratamentos eprocedimentosambulatoriais, e ir para casa.O estudo é fruto do trabalho conjunto do IBGE com o Ministério da Saúde, aFundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada(Ipea) e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).A pesquisadora da Fiocruz Angélica Borges dos Santos acredita que a maiorcontribuição do trabalho é a de disponibilizar para a sociedadepossibilidades de explorar informações financeiras inéditas. “Colocando issona rua, a gente ganha novos adeptos, pessoas que vão fazer essas análises evão melhorar nossa capacidade de analisar o setor”, defendeu.Foram compilados e sistematizados também dados sobre produção, consumo, além do comércioexterior dos bens e serviços das atividades relacionadas à saúde. Essa é aprimeira vez que se tem um levantamento com o panorama dos recursos eusos da saúde e de sua evolução nos últimos anos.