Projeto inicia terceiro curso que prepara mulheres para a construção civil

01/09/2008 - 15h39

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Mulher em canteiros deobras, pouco a pouco, vai se tornando uma realidade no Rio deJaneiro. Desde 2007, o projeto Mão na Massa – Mulheres naConstrução Civil vem qualificando mulheres de baixarenda nas atividades de carpintaria, pedreira e pintora. A aula inaugural doterceiro curso aconteceu na manhã de hoje (1) com a presençada ministra Nilcéia Freire, da Secretaria Especial dePolíticas para Mulheres, convidada para ser a madrinha daturma com 50 alunas.“Um projeto como esseamplia a autonomia econômica das mulheres e trabalha com aigualdade de oportunidades no mercado de trabalho. Rompe com aquestão dos mitos de que as mulheres podem ou não podemfazer determinados tipos de trabalho. Elas estão entrando emum nicho de mercado tradicionalmente ocupado pelos homens e sendomuito bem aceitas”, afirmou a ministra na aula inaugural. A ministra assumiu ocompromisso de viabilizar a criação de uma cooperativa,solicitação feita pelos coordenadores do projeto.Também se comprometeu a ampliar o projeto para todo o estadodo Rio de Janeiro, junto com os parceiros. Nilcéia Freireanunciou ainda que pretende construir um prédio apenas pormulheres, para que seja um centro de referência para atender asmulheres vítimas de violência. Das 100 formadas desdea criação do projeto, 33 já estãoempregadas em obras do PAC de Manguinhos, PAC do Alemão, daConstrutora Brascan e Lopez Engenharia e das empresas Cofix eEstratégica.A idealizadora doprojeto, Deise Gravina, ressaltou que além do setor deconstrução civil estar em franca expansão e dehaver déficit de mão-de-obra qualificada na área,a mulher ainda apresenta um diferencial por ser mais cuidadosa com alimpeza e a organização do espaço. O preconceito existe,mas segundo Deise, por pouco tempo. “Nós temos umamulher, que quando chegou na obra, o responsável, desconfiado,falou nunca ter visto essa história de mulher em obra. Duassemanas depois, ele disse que ela era sua melhor funcionáriade obra”, contou. O projeto épromovido pela Federação de InstituiçõesBeneficentes (FIB-RJ) com o apoio da Petrobras, Eletrobrás edo Abrigo Maria Imaculada e a parceria do Sistema Firjan, do ServiçoNacional da Indústria (Senai) e do Serviço Social daIndústria da Construção Civil. São quatro mesesde aulas teóricas e práticas com profissionais da área,e as alunas recebem auxílio financeiro e social. Ao final do curso, asmulheres recebem um diploma de meio-oficial em canteiros de obra.