ONU quer ajuda do Brasil em programa de controle ao tráfico via contêineres

01/09/2008 - 17h38

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O coordenador sênior daUnidade de Segurança, Crime Organizado e Combate à Lavagem de Dinheirodo Escritório da Organização das Nações Unidas sobre Drogas e Crime(UNODC), Ketil Ottersen, cumpre hoje (1º) e amanhã (2), no Brasil, agenda para apresentar àsautoridades o Programa de Controle de Contêineres, que visa acontrolar o tráfico de drogas.A primeira visita foi à Polícia Federal. “Por meio do oficial da UNODC em Brasília, o governo já demonstrou interesse em conhecer mais sobre o programa e, com base nas discussões, hoje e amanhã, e em visitas aos portos de Vitória e Santos, eu tenho certeza de que estaremos em condições de acordar uma cooperação futura”, afirmou Ottersen hoje (1º), pouco antes da reunião na Polícia Federal. O coordenador da UNODC também se reunirá com representantes da Receita Federal. O programa da ONU é concentrado na identificação de contêineres que possam estar sendo usados para o tráfico, a partir de indicadores internacionais de risco. De acordo com Ottersen, busca-se desenvolver uma metodologia moderna, a partir de experiências de países que já conseguiram avanços no combate ao tráfico não só de drogas, mas também de produtos falsificados, cigarros e químicos.Ottersen explicou que a colaboração brasileira nesse esforço conjunto seria “coordenar e cooperar conosco no programa e no desenvolvimento da metodologia de trabalho na área de crimes praticados via contêineres”. Atualmente, o programa funciona em países como Equador, Senegal, Gana e Paquistão.De acordo com dados do UNODC, mais de 220 milhões de contêineres circulam mundialmente a cada ano, mas menos de 2% são inspecionados. O uso ilegal de contêineres marítimos é mais freqüente nas rotas do tráfico ilícito de drogas e no contrabando de produtos. Segundo a Organização Mundial de Alfândegas (OMA), as apreensões de cocaína via marítima chegam a 64% do total; 2% de apreensões ocorrem via transportes aéreos e 34% em outros meios de transporte.