Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Levantamentoda Secretaria Especial de Política para as Mulheres, com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostrou que em nove capitais (Rio Branco, Manaus, Salvador, Vitória, Goiânia,São Luís, Cuiabá, Porto Velho e Boa Vista) oíndice de participação feminina à prefeitura é zero. Ou seja,nenhuma mulher vai disputar a vaga à prefeitura da capital.Além disso, o estudo mostrou que nenhumpartido cumpriu a cota mínima de 30% de mulheres no total decandidaturas para as câmaras municipais. Das 348.564candidaturas ao legislativo municipal, 271.696 (77,95%) são homens e76.868 (22,05%), mulheres. Mato Grosso do Sul apresenta o maior índicede candidatas, com 25,16% e o Acre é o últimocolocado com 19,26%.Oestudo revelou ainda que nas 26 capitais onde ocorrem eleiçõesmunicipais (Brasília não tem prefeitura e não terá eleições este ano), os partidos que menos atingiram a cota mínima foramo PMDB, o PDT e o PMN. Cada legenda alcançou o percentual de 30% apenasem duas capitais. De acordo com a secretaria, mesmo o PCdoB, partidoque mais cumpriu a legislação nas capitais, sósuperou a cota em 12 delas.
Conformeo levantamento, todos os estados apresentam baixos índices departicipação de mulheres candidatas ao cargo deprefeito. O Amapá aparece em primeiro lugar com 17,14% decandidaturas femininas. Novamente o Acre é o último, com5,97%. Nas capitais, mesmo aquelas com maior número decandidaturas femininas, é pequena a participaçãodas mulheres, à exceção de Porto Alegre, em quea eleição municipal tem quatro candidatos de cada sexo.
“Nãotemos o cumprimento da cota de 30% e, infelizmente, não hánenhuma sanção aos partidos que não cumprem. Porqueestimular a participação das mulheres é umafunção da sociedade, mas é, especialmente, dospartidos políticos”, afirmou a gerente da SecretariaEspecial de Políticas para Mulheres, Elizabeth Saar.
Elaacredita que a participação feminina nos espaçospolíticos, como secretarias, ministérios e direçãode grandes empresas, pode servir de estímulo para outrasmulheres. ”O mundo da política ainda é visto como ummundo dos homens, por isso é importante votar em mulheres e que apauta seja assumida por homens e mulheres e, nessa pauta, está,inclusive, o estímulo à participaçãofeminina nos espaços de poder”, argumentou Elizabeth àAgência Brasil.Aindade acordo com o levantamento da Secretaria Especial de Políticapara as Mulheres, as Regiões Sul (7,69%) e Sudeste (8,53%) têmos piores índices de participação feminina de candidatura àsprefeituras. A Região Nordeste é a que apresenta melhoríndice, com 13,31%, seguida pela Região Norte (11,76%)e pelo Centro-Oeste (10,18%).