Luciana Genro promete gestão transparente em Porto Alegre, com abertura de sigilos

29/08/2008 - 5h53

Ivan Richard, Iolando Lourenço, Priscilla Mazenotti e Marcos Chagas
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Deputadaestadual duas vezes e no segundo mandato como deputada federal,Luciana Genro (P-SOL) concorre à Prefeitura de Porto Alegrecom o objetivo de “lutar” pela construção do metrôna capital gaúcha e realizar uma gestão transparente,em que o prefeito e seus secretários terão os sigilosfiscal e telefônico abertos.Expulsado PT em 2003 por fazer oposição ao governo Lula, apesar de ser filha de um ministro desse mesmo governo (Tarso Genro, da Justiça), ela é umadas fundadoras do P-SOL. Se eleita, a candidata da coligaçãoSol e Verde (P-SOL-PV) promete construir novos postos de saúdee ampliar o número de equipes do programa Saúde na Família. Hoje (29), Luciana Genro é a entrevistada na sériede matérias especiais da Agência Brasil. Amanhã (30), será a vez de Manuela D'Ávila (PCdoB); domingo (31), de José Fogaça (PMDB); e segunda-feira (1º), de Vera Justina (PSTU).LucianaGenro reconhece que as filas nos hospitais públicos sãoo principal problema a ser combatido na área da saúde.Ela pretende ampliar os investimentos no setor e criar a ficha deatendimento única para todos os postos de saúde.“Precisamos aumentar as equipes da Saúde na Família econtratar mais médicos especialistas para que as pessoas nãotenham que esperar meses por uma consulta”, afirmou.“Oinvestimento em saúde precisa ser muito maior do que éhoje. Em 2007, tivemos um investimento de cerca de R$ 8 milhõesem saúde. Enquanto que, em publicidade, o governo gastou R$ 15milhões. Há uma disparidade entre os investimentos naárea da saúde e gastos supérfluos, como sãoos gastos com propaganda. Pretendemos cortar os gastos supérfluose assim aumentar os investimentos que realmente interessam para apopulação”, disse.Acandidata do P-SOL promete triplicar o número de equipes daSaúde na Família para que o governo municipal possaacompanhar de perto os problemas da população.”Hoje,temos cerca de 80 e precisamos triplicar as equipes para atender aoconjunto da população nesse atendimento primárioda saúde básica e pretendemos fazer isso até ofinal do governo, ao longo dos quatro anos”.Naeducação, Luciana Genro tem como metas aperfeiçoara educação básica e oferecer merenda escolar dequalidade na rede pública de ensino. Segundo ela, a conjugaçãodesses fatores tem como resultado menor evasão escolar.“Temos que qualificar melhor esse sistema [de educaçãobásica] para que a educação recebida sejarealmente de qualidade e o aprendizado seja realmente efetivo”,disse Luciana, que promete também construir mais creches emPorto Alegre.“Hoje,só 10% das crianças com idade de zero a cinco anos têmacesso a uma vaga em uma creche municipal ou conveniada àprefeitura. A nossa meta é atender 100% das criançasaté o final do governo”, prometeu. “Garantir que, primeiro,as crianças de quatro, cinco anos possam ter esse atendimentojá no primeiro ano de governo e, depois, a cada ano, iravançando até que todas as crianças, inclusiveos bebês, possam ter esse atendimento, que é necessáriotambém para a mãe que precisa estudar e trabalhar”.Outraproposta é estimular a construção derestaurantes nos moldes das Cozinhas Populares, do governo federal,para auxiliar no fomento à merenda escolar. Luciana Genroexplica que esses estabelecimentos serão gerenciados pelacomunidade e as pessoas não pagarão para fazer arefeição. “A comunidade entra com a mão-de-obra,e os alimentos a gente consegue através do Banco de Alimentos,que em Porto Alegre é bastante eficaz”, disse a candidata.Construiro metrô e qualificar o transporte público são asmetas da candidata Luciana Genro na área do transportepúblico. “Temos de lutar pelo metrô. Lutar mesmo,porque o governo Lula descriminou Porto Alegre em relaçãoao metrô. Colocou no seu PAC [Programa de Aceleraçãodo Crescimento] as obras dos metrôs de Recife, de Belo Horizonte,de Salvador e deixou o de Porto Alegre de fora”. Lucianaafirma que vai cobrar pontualidade das empresas de transportepúblico. “Vamos exigir das empresas maior qualificação,o cumprimento de horários e estabelecer novamente um paradigmade transporte de qualidade, que a qualidade vem caindo muito nosúltimos anos. Implantar linhas que possam ligar diferentespontos da cidade que hoje não são ligados pelotransporte coletivo e que, muitas vezes, impedem as pessoas de sedeslocar de ônibus, precisando usar o carro, e qualificar otransporte noturno, que é um problema grave”.Nasegurança, a idéia de Luciana Genro é colocar otema como uma das questões prioritárias, o que, segundo ela, não ocorre em outras administrações municipais, já que segurança é uma atribuição do Estado. “A nossaguarda vai ser ampliada e qualificada para cumprir um papel nãoapenas de cuidar do patrimônio da cidade, mas para cuidar daspessoas e para isso ela precisa de um treinamento especial, para queela se torne uma espécie de polícia comunitária,como a gente tinha nos velhos tempos de Pedro e Paulo [em algumas capitais também conhecidos como Cosme e Damião], que era a duplade guardas que andava a pé pela comunidade, queconhece a realidade da comunidade”.Naárea de habitação, Luciana Genro disse que pretende atuarem programas de estímulo à regularizaçãofundiária. “A gente quer combinar essa necessidade deretirar as famílias das áreas de risco e tambémoferecer a elas melhor qualidade de vida e fazer mutirõesde incremento nas moradias precárias; temos lugares dacidade em que a regularização fundiária aindanão pôde ser possível ou está em andamentoe tem de ser acelerada”, concluiu.