Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A disputa por cargos na direção do fundo de pensão dos empregados de Furnas Centrais Elétricas representa para Horácio de Oliveira, representante eleito dos funcionários no Conselho Deliberativo da Fundação Real Grandeza, “a sede do poder instituída por meio de um posicionamento para a tomada de posições dentro da entidade, visando beneficiar um processo político, que não tem nada a ver com o fundo de pensão”.Em entrevista hoje (29 ) à Agência Brasil, Horácio de Oliveira prometeu continuar rechaçando a tentativa da presidência de Furnas de substituir os atuais diretor-presidente e diretor de investimentos da Fundação Real Grandeza, Sergio Wilson Fontes e Ricardo Nogueira, respectivamente. . “Da minha parte, eu o farei com toda a clareza”. Ele acredita que essa é a tendência de todo o conselho.Fontes e Nogueira são funcionários de carreira de Furnas cedidos para a fundação e tiveram seus mandatos estendidos pelo novo estatuto até outubro do próximo ano.
Oliveira disse que o estatuto que estendeu o mandato dos dirigentes do fundo de pensão foi aprovado com todos os trâmites legais “e tem que ser praticado”. Avaliou que insistência da direção de Furnas em não acatar o estatuto “nada mais demonstra do que ter um interesse maior que não as prerrogativas que lhe são confiadas por decorrência do próprio aspecto legal”.Ele frisou que Furnas é uma empresa e a Fundação é outra, totalmente independente. Embora Furnas seja uma das patrocinadoras da Fundação Real Grandeza - a outra é a Eletronuclear -, Oliveira lembrou que o Artigo 212 da Constituição define os fundos de pensão como empresas de interesse privado. “Portanto, não cabe essa colocação da patrocinadora de querer determinar: eu quero, eu mando. Quem faz isso é o conselho”. Na opinião dele, isso é uma “aberração”.O conselheiro afirmou que o fundo de pensão ocupa hoje uma posição “extremamente boa” no mercado, apresentando um resultado favorável para os empregados e que vem sendo administrado de forma correta e séria. Por isso, prometeu continuar repudiando a tentativa de mudança na diretoria da fundação. “Continuaremos resistindo a essa posição”.
Como seu mandato como conselheiro só termina em outubro de 2009, reafirmou que até lá seguirá representando os aposentados, “jamais curvando-me a esses posicionamentos políticos interesseiros que visam administrar o fundo como se fosse uma conta bancária deles”.Procurada pela Agência Brasil, a Fundação Real Grandeza respondeu que não se pronunciará sobre a questão. A mesma posição foi externada por Furnas Centrais Elétricas, cuja assessoria informou que a empresa não iria se manifestar.