Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Prestesa embarcar para Roraima, o prefeito de Pacaraima e produtorde arroz, Paulo César Quartiero, informou que se reuniu hoje (28)em Brasília com dirigentes da Confederação daAgricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para discutir uma novaestratégia de convencimento dos ministros do Supremo TribunalFederal (STF) para o julgamento que irá decidir sobre a demarcação contínua daTerra Indígena Raposa Serra do Sol. A idéia é estimular mobilizações da classe junto ao restante da sociedade. Ontem (27),a Corte iniciou o julgamento de ação que pede aanulação da homologação concluídaem 2005 pelo governo federal. Um pedido de vista do ministroMenezes Direito adiou a definição sobre a saídaou permanência dos não-índios da reserva. Mas orelator, ministro Carlos Ayres Britto, votou pela manutençãoda demarcação, e do uso exclusivo da área de 1,7 milhão de hectares pelos índios.“Vamosver uma reação em conjunto contra essa medida,convencer a população com ações deprotesto, para mostrar como essa política está sendoprejudicial à agricultura brasileira. Queremos comover aopinião pública sobre o erro de se impedir as pessoasde produzir”, disse Quartiero.“Oministro [Ayres Britto] disse que o antropólogo é osenhor de tudo, e se formos levar ao pé-da-letra, acabou asegurança jurídica de quem tem posse no Brasil”,reclamou o produtor.Assimcomo fizera ao deixar o julgamento, Quartiero voltou a se queixar dopagamentos de impostos, apesar de admitir gozar de isenções.“Nóstemos, sim, isenção de ICMS, mas pagamos impostosindiretos sobre transporte, combustível, a carga tributáriaé muito alta. E às vezes a gente paga muito imposto e aresposta das instituições é atrapalhar a nossaatividade”, argumentou.Quartierotambém defendeu que os agentes da Polícia Federal deixem areserva. O monitoramento de segurança, segundo ele, deveriaser feito pela Polícia Militar de Roraima ou pelo Exército. “A PF é uma polícia política que atuaparcialmente”, criticou.