Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O economista ReinaldoGonçalves, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, avalioucomo “otimismo sem muita fundamentação” a previsãode crescimento de 18% ao ano do Produto Interno Bruto (PIB) de investimentos públicos e privados na economia brasileiraaté 2011, apresentada hoje (28) pelo presidente do BancoNacional de Desenvolvimento Econômico e Social, LucianoCoutinho, na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômicoe Social, no Palácio do Planalto. Gonçalvesacredita que a projeção de Coutinho se baseia emprojetos aprovados pelo banco para setores orientados, em sua grandeparte, para a exportação, como o de celulose, o deminério de ferro e o do petróleo. “É a únicarazão. Fora isso, é chute”, afirmou. Ele acha pouco provávelque a taxa de crescimento de investimentos no Brasil se mantenha emdois dígitos, o que, segundo ele, só ocorreu nosúltimos seis trimestres. “Antes, nósestávamos com taxa de crescimento de investimento muito baixa,da ordem de 3,5% a 4%. Só recentemente, a partir de 2007 e atéo início deste ano, é que nós tivemos taxa decrescimento de dois dígitos”, disse. Gonçalvesacredita, inclusive, que já no terceiro e quarto trimestresdeste ano a taxa de crescimento do investimento “vai baixar deforma significativa, acompanhando a desaceleração daeconomia mundial e da economia brasileira”.O economista admitiuque a taxa de investimentos poderá atingir este ano 18% doProduto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezasproduzidas no país. De acordo comGonçalves, a taxa de investimento estava muito baixa em 2006,em torno de 15%, aumentando em 2007 e 2008 para próximo de18%. “Mas eu nãoacredito que ela vá subir para 21%, porque a renda brasileiravai desacelerar. E quando a renda desacelera, a taxa de crescimentodo investimento também desacelera. Eu acho que não temmuita consistência esse otimismo dele [Luciano Coutinho]não”.