Presidente da Vale defende debate do pré-sal sem politização e com regras mantidas

28/08/2008 - 15h05

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Vale,Roger Agnelli, disse hoje (28) que está otimista com adescoberta de petróleo na camada do pré-sal, mas pediuque o debate não seja politizado e que as regras do jogo sejammantidas. Uma das maiores mineradoras do mundo, a Vale éparceira da Petrobras e, no ano passado, conseguiu o direito deexploração de nove áreas de gás naturalcom a estatal brasileira e outras companhias petrolíferas. Hoje, durante a reunião doConselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o presidente daPetrobras, José Sergio Gabrielli, informou que a empresa deve contratar 234novas embarcações até 2012. Ao comentar a informação, Agnelli disse que o pré-sal vai realmente "necessitar daconstrução de muito navio. Vai muito minériode ferro. Tem muito material eletrônico e muito cobre. [Nopré-sal] tem muito problema com o material corrosivo.Estou otimista. Acho que a coisa está boa."Sobre o debate do modelo de exploraçãodo pré-sal, Agnelli destacou que o importante é manteros contratos e não politizar a discussão. Segundo ele,a produção do pré-sal só deve começarem 2015 e, até lá, há o espaço paradefinir as regras e o modelo certo. "Pelo tamanho da descoberta e pelarepresentatividade das reservas, é bom parar um pouquinho epartir para essa discussão. Tem também que respeitar asregras e quem já investiu no Brasil", afirmou oexecutivo. Para ele, a definição tem que vircom a maior brevidade possível, se as regras vão seralteradas ou não, e em que extensão isso acontecerá.O debate é importante porque vai mostrar que o país vaimudar com o pré-sal, enfatizou o presidente da Vale.Roger Agnelli também disse que apóiaa idéia do governo de aplicar os recursos pbtidos com a exploração do pré-sal em áreas que beneficiem ocidadão, como a educação. Ele elogiou opresidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter chamada a atençãosobre a necessidade da sociedade ser beneficiada com as novasdescobertas. "Dentro da atual lei do petróleo e deconcessões, existe esse espaço para acertar tudo. Achoabsolutamente justo, correto imaginar que uma descoberta desse porte muda o patamar do país. A sociedade brasileira tem que terum benefício", afirmou. Sobre as exportações de minériode ferro, Agnelli traçou um quadro otimista. Para ele, não é possível esquecer o crescimento da China e, de formageral, da Ásia e do Oriente Médio, onde existem regiõespopulosas e com um número cada vez maior de consumidores. "Dificilmente você encontra paralelo nahistória. O número de pessoas que estão saindo dacondição denão-consumidores para a de consumidores, atéaqui no Brasil. Esses números estão acontecendo deforma muita intensa na China, no Vietnã", concluiu o executivo.