Secretário diz que Brasil acompanhará de perto caso Abadía mesmo com extradição

22/08/2008 - 16h29

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Mesmo com a extradição do traficantecolombiano Juan Carlos Abadía, o Brasil não ficarásem informações sobre o caso, afirmou hoje (22) osecretário nacional de Justiça do Ministério daJustiça, Romeu Tuma Júnior, ao participar 1ºSeminário sobre Cooperação JurídicaInternacional para a Prestação de Alimentos: A NovaConvenção de Haia. De acordo com o secretário, Brasil eEstados Unidos vão trocar dados sobre os processos que corremna Justiça norte-americana contra o traficante.“Como se têm vários processoscontra ele nos Estados Unidos em fase de investigação,vai ser possível identificar novas quadrilhas, novas rotas eaté mesmo novos membros dessa quadrilha, que ainda nãoforam identificados pela Justiça. E o nosso país vaiter acesso a essas informações”, explicou. Tuma Junior acrescentou que, mesmo com aextradição, o traficante não ficaráimpune, pois vai continuar cumprindo a pena aplicada a ele peloBrasil nos Estados Unidos. “Assim, não se tem a sensaçãode impunidade”, disse. Abadía foi extraditado hoje pela manhã.Aqui no Brasil, ele foi condenado a 30 anos e 8 meses de prisãopelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa eformação de quadrilha. Nos Estados Unidos, ele éacusado, entre outros crimes, de homicídio, tráfico dedrogas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Sobre a Convenção de Haia, assinadapelo Brasil no ano passado, Tuma Júnior afirmou que odocumento vai possibilitar que acordos internacionais bilateraisentre países sejam feitos para garantir o direito de criançase adolescentes à alimentação mesmo que os paisresidam em outro país.“Temos a dificuldade de se criar acordobilateral para a prestação de alimentos nos casos, porexemplo, em que os pais abandonam seus filhos.”O texto da convenção ainda nãofoi encaminhado ao Congresso Nacional, que precisa ratificá-lapara que o Brasil possa, a partir daí, assinar acordosbilaterais.