Lacerda diz que Abin ajudou Operação Satiagraha com informações do banco de dados

20/08/2008 - 16h47

Lourenço Canuto e Priscilia Mazenotti
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O diretor geral daAgência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda,afirmou há pouco, durante depoimento à CPI das EscutasTelefônicas Clandestinas, da Câmara dos Deputados, que aparticipação do órgão na OperaçãoSatiagraha, da Polícia Federal, se limitou a informaçõesdo seu banco de dados. Ele disse que foi colocado à disposiçãoda PF um oficial da agência a partir de março pararepassar as informações pedidas. Lacerda disse que hápreconceito sobre o papel da Abin, ainda confundida com o antigoServiço Nacional de Informações (SNI), do tempoda ditadura militar. Segundo ele, em todo o mundo organismossemelhantes existem nos governos para defender os interesses dasociedade. Ele se queixou aosparlamentares que o órgão é constantementeridicularizado e “sofre considerações hiláriaspor uma parte da imprensa”, que, segundo ele, estáextrapolando a liberdade que conquistou com a volta da democracia aopaís, lançando acusações sem provascontra as instituições. O diretor da Abinconsiderou absurdas as denúncias da revista Veja deque a agência participou de escutas telefônicas naOperação Satiagraha.De acordo com Lacerda,o principal obstáculo que a agência enfrenta é onão reconhecimento como órgão essencial aoEstado. Ele disse que vêincompreensão e intolerância com a atividade deinteligência no Brasil, que funciona, segundo ele, dentro doque preceituam os dispositivos legais sobre o trabalho de informaçãona mesma linha adotada pelos demais países.