Crise mundial afetou economia latino-americana, diz especialista da FGV

20/08/2008 - 16h11

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A combinaçãoentre a alta do preço dos alimentos, do petróleo e acrise dos Estados Unidos fizeram com que a tendência dedesaceleração na economia dos países da AméricaLatina se acentuasse. Essa é a avaliação daeconomista da Fundação Getulio Vargas, Lia Valls.O Índice deClima Econômico (ICE) da América Latina divulgado hoje(20) pela FGV e pelo Instituto alemão Ifo continua em queda.No levantamento referente a julho, o ICE ficou em 4,6 pontos contra4,9 da medição anterior. Um resultado abaixo de 5pontos indica expectativas ruins.“Não houvenada claramente que mostrasse uma mudança no cenáriointernacional”, afirmou a economista Lia Valls. “O que levou essamudança foram a questão do preço dos alimentos,a crise dos Estados Unidos - que faz pensar num desaquecimento dademanda de exportação - e a questão daliquidez”.“Nessa últimasondagem, a tendência de contratação da economiase acentua ainda mais. Ou seja, há uma percepçãode piora da situação atual em relação àsituação de abril e uma piora também nasexpectativas”, acrescentou.Segundo Lia Valls,ainda não é possível fazer previsões parao próximo levantamento, em outubro. Mas ela avalia que, comoas economias da região não estão mais tãodependentes do capital externo, existe a possibilidade da retomada docrescimento.“Estamos em ummomento de interrogação. Se aquela expectativa dosEstados Unidos, de uma ligeira melhora, se confirmar, talvez, existauma possibilidade de recuperação, mas certamente nãopara 2008, mas para meados de 2009”.