Empresa para o pré-sal pode ser estratégia do governo sobre destino do dinheiro a ser gerado

19/08/2008 - 16h16

Marco Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Subcomissão de Regulamentação dosMarcos Regulatórios do Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), disse hoje (19), à AgênciaBrasil, que a apresentação, pelo governo, de propostas como a criaçãode uma empresa estatal, a Petrosal, para explorar o petróleo descobertona Bacia de Tupi, pode ser uma estratégia para facilitar as negociaçõessobre como será investido o dinheiro arrecadado a partir desta novareserva. Na política, costuma-se dizer que uma determinadaautoridade colocou 'o bode na sala' para referir-se à intenção de, comuma proposta radical, ter condições de negociar um meio termo que lheinteressa. O senador Delcídio Amaral disse que "o jogo [do presidente Luiz Inácio Lulada Silva], se tiver, é radicalizar com uma proposta exótica para botaras coisas na normalidade depois". Delcídio Amaral, que já foidiretor de Petróleo e Gás da Petrobras, disse que seria maisobjetivo para o governo, ao invés de criar uma nova estatal, aumentar opercentual que recolhe das empresas petrolíferas sobre o óleoexplorado.   Diante da importância estratégica da descoberta damega reserva de petróleo na bacia de Tupi, na chamada camada pré-sal,senadores já se articulam para tentar reverter a tendência depolitização deste assunto. O presidente do Senado, Garibaldi AlvesFilho (PMDB-RN), já destacou a importância de o Legislativo entrarimediatamente neste debate. "O Brasil é um país que vai ter outra referênciaperante o mundo todo a partir da exploração dessa reserva", destacouGaribaldi.É no Congresso que será definida a utilização dosrecursos oriundos da exploração de petróleo na camada pré-sal, uma vezque cabe aos deputados e senadores a discussão e a aprovação de um marcoregulatório para o setor. Na qualidade de presidente da subcomissão, Delcídio Amaral já tem osnomes de alguns técnicos especializados na área de regulação eexploração de petróleo. Sua idéia é convidá-los para a realização deuma série de "debates qualificados" com os senadores.Desta forma, Delcídio Amaral pretendeneutralizar uma politização do assunto que, segundo ele, tem preocupadoempresários do setor e autoridades da própria Petrobras. "Eles [empresários e autoridades da estatal] estão vendo que essa coisa [politização do debate sobre a mega reserva] vai ser ruim para o Brasile a Petrobras. A empresa tem parceiras e os negócios ficam prejudicadosna medida em que se cria um clima de insegurança com essas empresas",afirmou Delcídio Amaral.