Garibaldi defende investigação em licitações do Senado

06/08/2008 - 0h14

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Senado,Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), defendeu hoje (6) as investigaçõesfeitas pela Polícia Federal e pelo Ministério Públiconas licitações de empresas que prestam serviços terceirizadosna Casa.Reportagem publicada naedição de hoje do jornal Correio Braziliense indicaque funcionários do Senado favoreciam as empresas Conservo,Ipanema e Brasília Informática nas licitações. A reportagem mostragravações telefônicas que envolveriam inclusive odiretor-geral do Senado, Agaciel Maia, e o primeiro-secretário,senador Efraim Moraes (DEM-PB).Garibaldi disse que vaiapoiar as investigações na Casa, mas antes vai procurarouvir o esclarecimento dos fatos. "Não pretendo tomarprovidências antes de os esclarecimentos serem prestados. Eisso será feito hoje à tarde pelo senador Efraim Moraesque deve ir à tribuna do Senado. Tambémvou me reunir com o diretor-geral para ouvir e tomar providênciasnecessárias", disse.O presidente do Senadoainda não descartou a possibilidade de afastar Agaciel Maia docargo. "Ele perderá as condições serealmente for constatado o seu envolvimento. E é isso que sepretende saber das apurações da PF e do MP",comentou dizendo que não acredita em corporativismo nasinvestigações. "Mas, uma vez que a apuraçãoé procedida pelo Ministério Público e pelaPolícia Federal, não há risco. O únicorisco que corremos é a omissão de informações.E isso não vou permitir. Vou facilitar todas as investigações.A colaboração da Casa deve ser a mais empenhadapossível", completou.Garibaldi aindacomentou o julgamento que haverá na tarde de hoje no SupremoTribunal Federal (STF) da ação proposta pela Associaçãodos Magistrados do Brasil para impedir que candidatos envolvidos emprocessos criminais tenham seus registros de candidatura negados porjuízes eleitorais. Projeto semelhante tramita no Senado eaguarda votação em plenário."Houve uma certaomissão da Casa. Achamos que o projeto deveria ter tido maisurgência aqui", disse lamentando que, mais uma vez, oJudiciário toma decisões antes do Legislativo.