Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - As ForçasArmadas estão realizando desde o dia 4, no Amazonas e emRoraima, com cerca de 5,3 mil militares da Marinha, do Exércitoe da Aeronáutica, uma manobra com exercícios deplanejamento, comando, controle e execução contra umapossível invasão da região. A OperaçãoPoraquê (nome do peixe elétrico que vive na região amazônica), prevista para terminar no dia 15, também incluientre seus objetivos a integração das forçasnaval, terrestre e aérea em ações de combate naselva, como operações ribeirinhas, aeromóveis eaeroterrestres, patrulha em águas jurisdicionais do país,coordenação e garantia da superioridade aérea.Aoperação é coordenada pelo Ministério daDefesa e conta com a participação da Petrobras, quefornece o combustível para as atividades, e da Manaus Energia,no fornecimento de energia elétrica. O comandante militar daAmazônia, general Augusto Heleno, ressalta a importânciada operação para o exercício das práticasmilitares para proteção da Amazônia. "AOperação Poraquê tem uma utilidade ímparpara a Amazônia, porque consolida uma oportunidade de trabalhoconjunto entre a Marinha, o Exército e a Aeronáutica embenefício da região. Com isso, estamos aperfeiçoandonossa doutrina para atuar cada vez melhor no apoio logísticona região. A operação nos ajuda ainda aatualizar dados de perícia e a manter contato com a populaçãocivil", afirmou. O general observou que a forçamilitar brasileira precisa de melhorias para lidar com possíveissituações de guerra. Ele lembrou a preocupaçãodo ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos,Mangabeira Unger, quanto ao monitoramento da Amazônia. O ministro esteve nasemana passada em Manaus em encontro com oficiais generais da regiãoe disse que o país não pode ficar na dependênciade tecnologia estrangeira."Temos que considerar que umconflito armado não acontece de uma hora para outra. Nessecaso, temos um tempo de preparação e teríamoscondição de acionar a estrutura necessária.Sabemos que tem havido por parte do Ministério da Defesa e doministro Mangabeira Unger uma preocupação muito grandequanto ao plano estratégico de defesa da Amazônia,levando-se em conta a necessidade urgente do reaparelhamento militar.Precisamos ter, com urgência, uma melhora nos materiais deemprego militar", disse o general.Segundo o chefe deRelações Públicas do Centro de ComunicaçãoSocial do Exército, coronel José Carlos Sappi, éo oitavo treinamento militar do gênero da região, e devecustar cerca de R$ 10 milhões. A operaçãoestá sendo realizada na região da Calha do Rio Negro,ao longo da rodovia BR-174, que liga Manaus a Boa Vista (RO), e emManaus, Presidente Figueiredo, Barcelos, Balbina, Novo Airão eSão Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, e em Caracaraíe Rorainópolis, em Roraima. Além do treinamentotécnico, a Operação Poraquê tambéminclui ações cívico-sociais, como atendimentosmédico-odontológico realizados pelos navios-hospitaisda Marinha, por militares do corpos de saúde do Exércitoe da Força Aérea Brasileira, com o apoio do governo doAmazonas e dos municípios da região.