Advogado de Humberto Braz diz que seu cliente foi vítima de uma cilada armada pela PF

06/08/2008 - 19h48

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O advogado Renato de Moraes disse hoje (06) que seu cliente, Humberto Braz, foi vítima de uma “cilada”. Segundo ele, o flagrante preparado pela Polícia Federal - um vídeo em que Braz aparece com Hugo Chicaroni oferecendo dinheiro a um delegado da PF para retirar o nome do banqueiro Daniel Dantas da Operação Satiagraha – foi “uma provocação da autoridade policial”. A provocação, segundo ele, foi responsabilidade do delegado que presidiu o inquérito (Protógenes Queiroz) e de seu auxiliar Vítor Hugo, o delegado que se colocou como responsável pela operação para dar o flagrante do suborno.Moraes afirmou que seu cliente é inocente da acusação de tentativa de suborno e que o encontro entre ele, Chicaroni e o delegado foi apenas “por conta da campana que ele sofrera, dias antes, de agentes  da Agência Brasileira de Inteligência [Abin] sem nenhuma justificativa”. A Abin teria sido utilizada pelo delegado Protógenes Queiróz durante a investigação da Operação Satiagraha, que serviu para apurar denúncias de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.Segundo o advogado, Braz percebeu que estaria sendo seguido e procurou Hugo Chicaroni porque ficou sabendo que este “prestaria serviços para a Abin”. “Ele fora vítima, dias antes, de uma campana de membros da Abin. Isso preocuparia qualquer pessoa. Por conta disso, ele consultou advogados e esses advogados localizaram uma pessoa que prestava serviços à Abin para que se descobrisse porque Humberto Braz estaria sendo seguido pela agência”. Braz e Chicaroni se conheceram então, de acordo com Moraes, somente “depois do episódio da campana”.Humberto Braz prestou depoimento hoje ao juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal em São Paulo, mas se manteve calado. Amanhã (7) deverão ser ouvidos Hugo Chicaroni e o dono do Banco Opportunity, Daniel Dantas. Em depoimento à Polícia Federal, Chicaroni já confessou sua participação na tentativa de suborno ao delegado federal e afirmou que o dinheiro para o pagamento do suborno, encontrado durante as diligências da Polícia Federal em sua casa, era do Banco Opportunity.