Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A indústria semantém otimista quanto ao crescimento da produçãopara o segundo semestre, mesmo com a alta da taxa básica dejuros (Selic) de 12,25% para 13% ao ano. A afirmaçãofoi feita hoje (4) pelo economista da ConfederaçãoNacional da Indústria (CNI), Paulo Mol, ao apresentar osIndicadores Industriais de junho.Mol afirmou que,mesmo em ritmo mais lento, a indústria deve continuarcrescendo nos próximos meses. “O índice de utilizaçãoda capacidade instalada está alto e isso dá indicaçãode que a indústria pode continuar crescendo.”Para o economista, o índice de 83,1% deutilização do parque fabril em junho não épreocupante. Ao contrário, disse ele, o uso de capacidadeinstalada alta pode estimular novos investimentos. “Para investir,o empresário precisa perceber que a indústria estátrabalhando com níveis altos de capacidade de utilização.E é isso que a gente tem observado. Então asperspectivas continuam positivas no sentido do investimento.”“Nenhum empresário vai investir com aperspectiva de manter sua capacidade ociosa. Para investir, antes detudo, ele precisa perceber que o investimento é necessário,e isso só acontece quando a utilização [doparque fabril] é mais alta.”Mol ressaltou que outro fator importante paramanutenção do otimismo da indústria é ocrescimento do emprego no setor. Na comparação com omês de maio, as contratações cresceram 0,5% e, emrelação ao mesmo período do ano passado, a altafoi ainda maior, de 4%.“A elevação do emprego hátrês anos consecutivos é um dado extremamenteimportante. Não observamos, ao longo dessa década,nenhum momento de crescimento tão regular e tão longodo emprego na indústria”, destacou o economista.Segundo ele, o crescimento do emprego cria um“ciclo virtuoso” na economia de modo geral, e não apenasna indústria. “O aumento do emprego implica em novossalários, novas pessoas trabalhando, e isso faz com que oconsumo também se expanda, o que acaba elevando a produçãoindustrial, que, por sua vez, gera novas contratações.”